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O voo mais esperado de Fabiana Murer

Brasileira tenta hoje avançar à final do salto com vara em Berlim

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Por Amanda Romanelli
Atualização:

As mulheres dominam as poucas apostas de pódio brasileiro no Mundial de Berlim. Hoje, a partir das 14 horas (de Brasília), Fabiana Murer tenta quebrar estigma semelhante ao rompido por Maurren Maggi nos Jogos de Pequim. A saltadora foi a responsável, em 2008, pela primeira medalha do atletismo feminino em Olimpíadas. Fabiana, vice-líder do ranking do salto com vara, pode ser a primeira medalhista em Mundiais. Nesta tarde, busca a qualificação para a final de segunda-feira. "Estou preparada para buscar uma medalha", disse Fabiana, por telefone, ao Estado. Estar entre as estrelas não é novidade. Ela foi a atleta do País que mais competiu no exterior este ano, já que sua prova foi incluída na Golden League. Além disso, passou o mês anterior ao Mundial em Formia, na Itália, onde existe um centro de treinamento da modalidade. Lá, teve a companhia de Yelena Isinbayeva e de Monika Pyrek. No período, deu uma escapadinha até Roma. "Fui ao Mundial de Esportes Aquáticos e assisti ao Cesar Cielo vencer os 50 m livre. Busquei um pouquinho de inspiração", brinca. A reclusão italiana também poupou Fabiana do escândalo de doping - o Brasil perdeu sete atletas no Mundial. "Vi tudo pela internet. Foi um baque, mas não vivenciei o que aconteceu." Falta a Fabiana, porém, um resultado internacional de expressão. Há alguns anos tem seu treinamento supervisionado por Vitaly Petrov, técnico de Isinbayeva. A grande chance, esperava-se, seria em Pequim. Mas o incidente no Ninho de Pássaros, quando uma de suas varas desapareceu, postergou a possibilidade da medalha - foi apenas a 10ª, com 4,45 m. Este ano começou bem. Em junho, fez 4,82 m (recorde sul-americano) no Troféu Brasil. Mas faltou regularidade na temporada. "Fiquei decepcionada", admite a atleta, que, depois do torneio brasileiro, só saltou abaixo de 4,68 m. A irregularidade também atrapalhou Yelena Isinbayeva. A russa, quem diria, perdeu - e justamente na última prova antes de Berlim. Em Londres, a recordista mundial foi superada por Anna Rogowska. Fabiana admite que, depois dessa vitória, a polonesa ganhou força. A dificuldade de Isinbayeva em saltar alto - sua melhor marca no ano é 4,85 m, marca distante de seu próprio recorde, de 5,05 m - não deve ser muito considerada, alerta a brasileira. "Eu vi ótimos treinos dela em Formia. Com certeza ela será forte." A russa também encarou o lado bom da derrota. "Fiquei feliz em perder. Estou mais motivada para competir em Berlim", disse.

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