Obrigado, Inter!

Palmeiras empata no Recife e é o novo líder, após surra do Grêmio no duelo gaúcho

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Por Antero Greco
Atualização:

O futebol tem algumas convenções. Uma delas diz que time, para ser campeão, precisa ganhar com regularidade fora de casa. Outra indica que, em torneios por pontos corridos, empates freqüentes são mais prejudiciais do que derrotas esporádicas. O Palmeiras ontem desrespeitou essas duas regras não escritas, ficou no 0 a 0 com o Náutico, no Recife, e teria desperdiçado oportunidade de dar o pulo do gato para ultrapassar o Grêmio na liderança. Mas a teoria foi derrubada com a ajuda do Inter, que massacrou o rival, no clássico gaúcho, e goleou por 4 a 1. Palmeiras e Grêmio têm 50 pontos, porém o campeão paulista assumiu a ponta pelo número de vitórias - 15 a 14. "Empatar fora não é ruim", ponderou Marcos, 402 jogos com a camisa do Palestra. "Principalmente contra um rival que tem jogadores fortes e rápidos", reforçou o capitão. "Mas de vez em quando a gente precisa beliscar umas vitórias." Desta vez o empate não foi danoso, se bem que beliscar vitórias como visitante não tem feito parte da rotina palmeirense em sua tentativa de chegar ao quinto título nacional. Até agora, foram só 4, contra 4 empates e 6 derrotas. Retrospecto pouco entusiasmante, como o futebol que os jogadores de Vanderlei Luxemburgo mostraram na tarde quente no Estádio dos Aflitos. Embora com força máxima para o duelo na capital pernambucana, o Palmeiras criou três chances para marcar. O primeiro lance de criatividade verde surgiu aos 12 minutos, em tabela entre Martinez e Diego Souza. O volante transformado em terceiro zagueiro se viu na cara do goleiro Eduardo, controlou a bola, ameaçou chutar, mas na hora H travou o pé no chão e permitiu a defesa. Parte da arquibancada vibrou, por conta da expressiva legião de fãs do Palmeiras no Nordeste. Seis minutos mais tarde, Kléber recebeu de presente rebote da zaga do Náutico, teve o gol aberto e chutou para fora. Em linguagem televisiva, esse foi o resumo dos "melhores momentos" da fase inicial - que não tomou mais do que 30 segundos de imagens. Antologia de jogadas pobre, mas fiel à postura dos dois times, que deixaram os minutos escorrerem preguiçosamente pelo cronômetro do árbitro Leandro Vuaden. O Náutico tentou ser mais ousado na segunda etapa, foi para cima, provocou alguns arrepios em Marcos, mas mostrou limitação. Não pode, por isso, planejar vôos mais altos na competição. O Palmeiras, sem grande interesse em expor-se, chegava ao ataque de vez em quando. Numa dessas arrancadas, Diego Souza entrou pelo lado direito da área, chutou rasteiro e Eduardo tirou com os pés. Foi sua última participação no jogo, já que em seguida entrou Evandro. O momento mais notável do novo líder do Brasileiro veio aos 29 minutos: Kléber chutou, Eduardo rebateu e o artilheiro Alex Mineiro, desequilibrado, tocou. A bola rolava quase despretensiosa para o gol e, a um passo da linha, foi empurrada para longe pelo meia Adriano, que se jogou ao chão para salvar a honra do Náutico. Alex também saiu de campo, para a entrada de Tiago Cunha. O Palmeiras percebeu que 0 a 0, àquela altura, até seria bom negócio. Então, pra que correr? Resguardou-se e preferiu ?secar? o Grêmio antes do retorno. Volta para casa com 1 ponto, com a liderança depois de quatro anos e, por enquanto, com uma baita dívida com o Internacional.

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