Oleg prepara mais estrelas para 2008

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Por Agencia Estado
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Eleito pelo Comitê Olímpico Brasileiro como o melhor técnico de 2005, o ucraniano Oleg Ostapenko não tem planos de abandonar o Brasil tão cedo. Depois de levar a ginástica artística brasileira ao topo do ranking mundial, renovou contrato com a Confederação até 2008. Há quase cinco anos no comando da equipe brasileira feminina permanente em Curitiba, com 15 ginastas, o técnico nascido na cidade de Guabarra, na Rússia, mudou-se para a Ucrânia aos 12 anos. Lá, formou campeãs olímpicas como Tatiana Lisenko (Barcelona/92) e Liliya Podkopayeva (Atlanta/96). No Brasil, inspirou-se em Daiane dos Santos para criar elementos de altíssimo grau de dificuldade, como os duplos twist carpado e esticado, dando ao público mundial a chance de assistir a ?vôos? incríveis, que garantiram à ginasta brasileira o lugar mais alto do pódio no Mundial de Anaheim/2003 e em etapas da Copa do Mundo. Encerrada a temporada, Oleg já pensa nos Jogos Olímpicos de Pequim/2008, na China. E acredita que conseguirá segurar Daiane dos Santos, que está com 22 anos, até lá. ?Daiane será nossa Oksana Chusovitina (campeã mundial e olímpica no salto sobre o cavalo, com 30 anos). Ela gosta de ginástica, quer treinar, competir... É muito boa mesmo e ainda pode trazer medalhas?, diz Oleg. O único medo do treinador é o joelho direito de Daiane operado antes dos Jogos Olímpicos de Atenas/2004, quando ela terminou em quinto lugar no solo. ?O problema dela é só o joelho, porque não pode treinar muito forte como antes. Consulto sempre os médicos, me preocupo com a saúde dela.? Para o novo ciclo olímpico, Oleg aposta em três atletas: Jade Barbosa, de 14 anos, Maíra dos Santos, também de 14, e Milena Megumi Miranda, de 13. Maíra é de Presidente Prudente e começou na ginástica graças à mãe Sônia, empregada doméstica, que achava lindo ver as ginastas de colante e fivelas nos cabelos. Aos 5 anos, começou a praticar ginástica no ginásio da Prefeitura de Prudente. Mudou-se com a família para Guarulhos aos 9. Morou quatro meses no alojamento da Associação da Prefeitura até receber ajuda de custo. E ganhou apoio de um publicitário apaixonado por ginástica, que a ajudava com material esportivo, cadernos,livros. Em janeiro, candidatou-se a vaga na equipe permanente em Curitiba e foi escolhida. ?Ela é boa, compete bem em todos os aparelhos e se continuar treinando bem vai a Pequim?, diz o técnico ucraniano. Maíra é campeã campeã paulista e brasileira infantil no individual geral (soma dos quatro aparelhos). Outra grande esperança do Brasil é Laís Souza, de 17 anos, que não competiu no Mundial da Austrália porque sofreu uma queda enquanto treinava nas assimétricas e machucou a perna direita. Mas para conseguir bons resultados, segundo o técnico, precisa ?chorar menos e treinar mais?. O mesmo acontece com as outras atletas mais jovens. ?Elas reclamam, têm medo de treinar forte. Para serem campeãs, precisam treinar muito. As meninas mais novas têm mais técnica que Daiane, mas precisam gostar mais de competir e treinar.? Laís disputa com Daiane e ainda Natália Falavigna, do taekwon-dô, o troféu de melhor atleta do ano na cerimônia do COB, que será na outra terça-feira, dia 13, no Rio de janeiro. A votação pode ser feita pelo site do COB (www.cob.org.br), até segunda-feira.

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