Organização da Paralimpíada ainda busca patrocínio

Comitê teme que recursos do governo federal, da prefeitura e da venda de ingressos não cubram despesas

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Por Marcio Dolzan
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A uma semana do início dos Jogos Paralímpicos, os organizadores ainda buscam meios para fechar as contas. Apesar do grande volume de venda de ingressos na última semana, a meta de arrecadação com bilhetes ainda está longe de ser alcançada, e a corrida agora é por novos patrocinadores. Hoje, o comitê vai anunciar um patrocínio da Petrobrás e até o final de semana a expectativa é de que pelo menos mais uma empresa aporte dinheiro no evento.

O Rio-2016 não informou o montante que ainda precisa arrecadar para bancar os Jogos, mas ressaltou a necessidade de vender pelo menos dois milhões de ingressos e de receber na íntegra os R$ 250 milhões em recursos públicos anunciados há duas semanas – R$ 100 milhões da União e R$ 150 milhões da Prefeitura do Rio.

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“A gente precisa desse dinheiro para entregar os Jogos Paralímpicos”, afirmou nesta terça-feira o diretor Comercial do Rio-2016, Renato Ciuchini.

O orçamento dos Jogos Paralímpicos sempre contou com a venda de ingressos e patrocínios. Pelo planejamento original do Comitê Rio-2016, a previsão era arrecadar pelo menos R$ 80 milhões com a venda de bilhetes, mas para o montante ser alcançado será necessário mais do que dobrar a venda de entradas nos últimos dias.

Na segunda-feira, o Rio-2016 informou ter atingido a marca de 1 milhão de ingressos vendidos – o número de bilhetes comercializados quadruplicou na semana seguinte ao término da Olimpíada. Foram colocados à venda 2,5 milhões de ingressos.

O problema é que esses bilhetes são muito mais baratos que os dos Jogos Olímpicos. Segundo informações da organização, 2 milhões de ingressos (80% da carga total) custam até R$ 30, sem contar a meia-entrada. Mesmo que venda todos os ingressos mais baratos pelo preço integral, o comitê alcançaria R$ 60 milhões, abaixo da meta de R$ 80 milhões.

Ciuchini demonstrou certo otimismo. “Nosso tíquete médio está na faixa de R$ 40 a R$ 50. Se conseguirmos vender 2 milhões de ingressos, temos a oportunidade de chegar aos R$ 80 milhões, mas isso não é garantido. O valor do tíquete médio está caindo”, disse.

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Assim, a expectativa é aumentar o número de patrocinadores. “Estamos em negociações finais com alguns novos e com outros que eram patrocinadores olímpicos e ainda não eram paralímpicos”, revelou.

Ao contrário dos Jogos Olímpicos, quando as empresas não podiam expor suas marcas dentro das arenas esportivas, na Paralimpíada isso é possível. E é justamente esse o trunfo do comitê organizador para buscar novos patrocinadores. “O marketing brasileiro está acostumado a trabalhar com a exposição das marcas”, disse Ciuchini. “O Brasil almeja ser o quinto colocado (no quadro de medalhas) da Paralimpíada. Existe uma quantidade de medalhas que o País vai vencer, de finais que vai participar, e isso acaba ajudando as empresas a identificarem o investimento.”

A Petrobrás vai se juntar ao grupo de patrocinadores nesta quarta-feira. “A Petrobrás comprou um pacote de exposição de marca. Além disso estará presente na Rio-2016 Fest, no Parque Olímpico, em um espaço de 300 metros quadrados.”

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