24 de outubro de 2010 | 00h00
Gustavo Kuerten disse que tem poucas esperanças de que o Brasil possa formar equipe competitiva para a Olimpíada de 2016. O ex-número 1 do mundo ressaltou que falta estrutura, treinadores capacitados. Thomaz Bellucci foi ainda mais incisivo e até criticou a "categoria profissional" de Guga. O melhor brasileiro do ranking (27.º) cobrou que os ex-jogadores utilizem sua experiência para ajudar os jovens.
"Com a experiência que os ex-jogadores têm, ajudariam. Seriam muito melhores do que técnicos que nunca competiram profissionalmente", explicou Bellucci. "Os técnicos no Brasil são muito fracos. Falta qualificação. Nunca tivemos uma tradição. Você pode ver que temos alguns centros de treinamento com um baita investimento e não sai nenhum jogador de lá. Recebem o dinheiro e não formam ninguém. O que falta não é verba", explicou Bellucci, que aliviou apenas para o seu próprio treinador, João Zwetsch, e Larri Passos, ex-técnico de Guga.
Embora esteja se mantendo entre os 30 melhores do ranking, Bellucci faz uma temporada de altos e baixos. Em julho, chegou à 21ª colocação, a melhor de sua carreira. Mas depois, quando começou a temporada de quadras rápidas, caiu de rendimento. Além da dolorosa derrota para a Índia na Copa Davis - abandonou um jogo diante de Somdev Devvarman e o confronto teve uma reviravolta -, não passou da segunda rodada dos últimos sete torneios que disputou.
O tenista disse que nunca recebeu um telefonema de apoio de nenhum ex-jogador. "Já críticas recebo bastante", alfinetou, antes de lembrar do que ocorreu na Índia. "Aquela foi uma semana que machucou bastante. Não me atrapalhou nem ajudou", lembrou Bellucci, que acabou refletindo a dura derrota nos torneios subsequentes. "Final de temporada é mais difícil. Há um desgaste natural físico e mental. E também tenho muito a melhorar em quadras rápidas."
O brasileiro agora tenta se reencontrar com o melhor tênis em casa. Abriu mão de disputar um dos torneios europeus que iniciam na segunda-feira para jogar o challenger de São Paulo, nas quadras de saibro da Sociedade Harmonia. Defende o título do ano passado, mas vai tentar recuperar o caminho das vitórias para fechar a temporada com bom resultado no Masters 1000 de Paris, a partir de 7 de novembro, em piso sintético. "Quero relaxar em casa. Já fiz uma boa temporada, agora o objetivo não é ranking, mas me recuperar fisicamente", contou.
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