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Ousado e em dia de sorte, Vettel ganha em Mônaco

Alemão, que tentava chegar ao final da prova após apenas um pit stop, foi beneficiado por uma bandeira vermelha no fim

Por Livio Oricchio
Atualização:

Se as duas próximas etapas do campeonato, Montreal, dia 12, e Valência, 26, forem tão espetaculares quanto o GP de Mônaco ontem - afinal, também serão disputadas em circuitos de rua e os pneus, os mesmos - a audiência da Fórmula 1 vai crescer. Não faltou no Principado um único ingrediente dentre os que tornam uma corrida sensacional. Sebastian Vettel, da Red Bull, venceu pela quinta vez em seis etapas, mas Fernando Alonso, Ferrari, segundo, e Jenson Button, McLaren, terceiro, supervalorizaram suas conquistas. Vettel optou por um único pit stop diante das circunstâncias da prova e ainda na 16.ª volta de um total de 78. O desafio era enorme: completar 62 voltas com um único jogo de pneus, tendo em conta que a Pirelli produz pneus de elevada degradação. "Não foi fácil. Fernando e Jenson atrás de mim e meus pneus acabando. Mas penso que seria muito difícil eles me ultrapassarem", comentou Vettel, cada vez mais maduro e líder do Mundial, agora com impressionantes 58 pontos de vantagem sobre Lewis Hamilton, da McLaren, sexto, ontem, mas sob pesadas acusações dos colegas (veja abaixo). Alonso acredita que a paralisação da prova, a sete voltas da bandeirada, por causa de um acidente sério entre Vitaly Petrov, Lotus Renault, Jaime Alguersuari, Toro Rosso, e Adrian Sutil, Force India, o impediu de ganhar o GP de Mônaco. "Sebastian já não tinha pneus, poderiam acabar a qualquer momento, eu era bem mais rápido, o passaria." Sentado ao seu lado na entrevista, Vettel contestou: "Eu não tinha dificuldades para me manter na frente. Se ele me ultrapassaria... dependeria do risco que desejasse correr", falou o alemão. As estratégias eram distintas. Alonso parou duas vezes, em vez de uma, como Vettel. Button, em terceiro, a menos de um segundo dos dois, havia feito três pit stops. "Hoje era dia de conseguir mais", afirmou o inglês. Como Alonso, pensa que poderia ultrapassar Vettel por causa de os pneus da Red Bull terem já mais de 50 voltas de uso. Charlie Whiting, diretor de prova, acionou a bandeira vermelha interrompendo a corrida para Petrov ser atendido. O russo passou a noite em observação no Hospital Grace, em Mônaco. Quando os pilotos pararam seus carros no novo grid para a relargada, os mecânicos puderam intervir e, claro, substituir os pneus de Vettel.Muita gente na Fórmula 1 questionou se o regulamento é justo. Afinal, as sete voltas finais iriam expor o confronto entre as três estratégias, um, dois e três pit stops, e a habilidade dos três pilotos. "Sim, as circunstâncias me favoreceram", reconheceu o piloto alemão. Vettel reúne todos os méritos pela vitória. A proeza realizada com os pneus, ontem, já faz parte da história do campeonato, mas se a tivesse obtido com os mesmos pneus de antes da paralisação, a conquista teria dimensão mais verdadeira.

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