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Outro fiasco em casa

Seleção volta a jogar mal e só empata com a Colômbia, no Maracanã: é o terceiro 0 a 0 seguido como mandante

Por Silvio Barsetti
Atualização:

No futebol da seleção brasileira tudo é previsível, nada é surpreendente. E quem pode afirmar que no time de Dunga um raio não caia duas vezes no mesmo lugar? Pois o empate sem graça e sem gols do Brasil ontem com a Colômbia, no Maracanã, pareceu uma cópia da atuação anterior da seleção no Rio - em setembro, em outro empate, contra a Bolívia. Tudo bem, aquele jogo foi no Engenhão, mas não há distância entre a falta de futebol, a incompetência e a nulidade da equipe numa e em outra situação. E quem pagou o pato? Dunga, é claro. Ele resgatou o já tradicional grito ritmado de "adeus Dunga!". As vaias crescentes devolveram o clima de tensão à seleção. Mas como a Argentina perdeu para o Chile, o Brasil acabou a rodada em segundo lugar nas Eliminatórias do Mundial de 2010. E isso pode servir de argumento para que não haja mudanças no comando técnico pelo menos até o início de 2009. Nem o mais pessimista torcedor brasileiro poderia supor, após os 4 a 0 sobre a Venezuela, domingo, que a ida ao Maracanã no final da noite de ontem pudesse representar um programa tão decepcionante. Será mesmo que não? Afinal, dos 70 mil ingressos colocados à venda, somente pouco mais de 46 mil foram negociados. No início, tudo era festa. Teve distribuição de bandeirinha do Brasil no entorno do estádio, houve show musical, o placar eletrônico enviando "torpedos" de quem estava dentro do Maracanã. Bastou a bola rolar... A impressão deixada pela seleção no primeiro tempo foi muito ruim. A Colômbia conseguia defender-se com eficiência e, com tabelas curtas e rápidas, envolvia a marcação brasileira. Os visitantes estiveram melhor até os 30 minutos. Criaram uma boa chance, mas Julio Cesar evitou o gol. Vaias tímidas surgiam aos poucos. Robinho jogava mal e errava passes. Bem que tentou abrir o placar em duas oportunidades. Numa delas, o goleiro quase levou um "frango". Em outra, o atacante do Manchester City chutou de modo tão equivocado que a bola saiu pela linha lateral do campo. TORCIDA NA BRONCA No intervalo, as vaias indicavam que a seleção brasileira deveria fazer logo o primeiro gol. Senão, a crise estaria de volta. O gol não saiu. Kaká também teve atuação apagada e a Colômbia continuou levando perigo nos contra-ataques. Dunga recebeu o apoio do público apenas uma vez. Foi quando, aos 17 minutos do segundo tempo, substituiu Robinho, contundido, por Alexandre Pato. Mas o jovem atacante do Milan não acrescentou muita coisa. Aos 30 minutos, o público começava a deixar o Maracanã. E o "adeus Dunga!" ecoava com mais força. Não tem nada não. Ano que vem, em março, o Brasil vai jogar com o Equador em Quito. É goleada na certa. O problema é que dias depois enfrentará o fraco time do Peru, em casa. Aí não há como fazer nenhuma previsão.

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