18 de julho de 2010 | 00h00
O Soccer City, em Johannesburgo, foi palco do primeiro título mundial da Espanha e de grandes emoções na Copa que terminou há uma semana. Mas agora pode ser usado até para casamentos. Os administradores dos estádios sul-africanos utilizados no Mundial buscam desesperadamente arrecadar recursos para conseguir manter as arenas, enquanto são acusados de terem criado elefantes brancos em solo africano.
No total, o governo sul-africano gastou bilhões de dólares na construção dos estádios. Uma conta salgada também virá para a manutenção dos locais. Mas o prefeito de Johannesburgo, Amos Masondo, diz que fará de tudo para evitar que o Soccer City fique abandonado.
O local promete ser usado para qualquer atividade que gere renda. "Estamos oferecendo o estádio para casamentos e até aniversário", disse o prefeito.
A ideia é de que as salas usadas no Mundial para receber chefes de Estado sejam convertidas em locais de festa, com vista para o gramado.
O problema é que a liga local de futebol atrai em média um público de apenas 8 mil pessoas por partida, bem inferior à capacidade de 92 mil pessoas do Soccer City. Dos 212 jogos disputados pela Primeira Divisão do Campeonato Sul-Africano entre 2009 e 2010, somente quatro tiveram um público acima de 40 mil pessoas.
Em Bloemfontein, o estádio também corre o risco de servir a outras funções, como jogos de rúgbi. Na Cidade do Cabo, o estádio de US$ 1,2 bilhão poderia ser usado pelo time de futebol do Urban Warriors como sua casa. Mas dificilmente cobriria todos os custos de manutenção.
Em Port Elizabeth, onde o Brasil foi eliminado, o Nelson Mandela Bay Stadium precisa encontrar um time. O clube local faliu e foi vendido para investidores de fora da cidade. "Não tenho dúvida de que, sem um time profissional, o estádio será mais um elefante branco", disse Lungsi Mooi, administrador do clube.
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