PUBLICIDADE

Publicidade

Palmeiras debocha dos Meninos na Vila

Com 3 gols de Robert, equipe acaba com invencibilidade de 10 jogos do Santos e ironiza comemorações do rival

Por Bruno Deiro e Daniel Akstein Batista
Atualização:

SANTOSEm um clássico eletrizante na Vila Belmiro, o Palmeiras se impôs ontem sobre o Santos e renasceu no Campeonato Paulista ao vencer de virada por 4 a 3. Contra o favoritismo de Robinho, Neymar & Cia., o Alviverde foi valente e até tripudiou nas comemorações, imitando as molecagens recentes do rival. Já o jovem time santista, que saiu na frente com dois gols, viu desabar a invencibilidade de 10 jogos no Estadual. A semana que antecedeu o clássico teve reflexos no jogo de ontem. Enquanto o Palmeiras se refugiou em Itu, os garotos da Vila foram o foco das atenções. Na surra aplicada no Naviraiense (10 a 0), pela Copa do Brasil, Neymar e Robinho comandaram as coreografias após cada gol. Incomodados, os palmeirenses repetiram ontem a brincadeira, na Vila Belmiro calada."Eles tiraram sarro dos santistas, isso é normal", disse o técnico Antônio Carlos, que permitiu a brincadeira. "Pode dançar, dar chapéu. Futebol é alegria." O goleiro Marcos evitou polêmica no intervalo, ao comentar o costume dos atletas do Santos. "Apesar de ter tomado gol, temos de respeitar, porque a alegria do futebol é isso aí", disse o camisa 12. Quem deixou a diplomacia de lado foi Diego Souza. O meia não mediu as palavras para criticar o rival. "Não é por acaso que o Ronaldo saiu reclamando. Não é coisa que se faça contra uma camisa forte. É preciso ter respeito. Eles subestimam."Com pouco mais de 11 mil torcedores na casa santista, a partida não ficou devendo em emoção. Sete gols, alternância no placar e um herói, Robert, que fez três e decidiu outro clássico - havia feito os gols da vitória alviverde por 2 a 0 sobre o São Paulo, na estreia de Antônio Carlos.O Santos começou o jogo disposto a confirmar o favoritismo. Com muita movimentação, atacou pelos dois lados e achou espaço aos 10 minutos. Pará fintou Eduardo na esquerda e, ao tentar cruzar, deu um lindo toque, que encobriu Marcos no canto oposto. Mesmo "sem intenção", fez um golaço. O Palmeiras, que já sofria com a falta de autoconfiança, sentiu o golpe. Para sua sorte, no entanto, o time santista ficou à vontade com a vantagem e abusou do preciosismo. Bastante superior no início, errou passes e demorou a se aproveitar da fragilidade psicológica e técnica do rival. Aos 31, Danilo errou saída de bola e o Santos aproveitou. Neymar fez 2 a 0.O líder jogava fácil e dava a impressão de que transformaria o clássico em passeio de domingo. Quando o jogo se encaminhava para o intervalo, e a vantagem parecia consolidada, Cleiton Xavier cobrou falta da direita e Robert descontou de cabeça. No lance seguinte, o atacante marcou novamente em cruzamento da esquerda. O gol de empate deixou a Vila em silêncio, enquanto os palmeirenses ensaiavam uma comemoração desajeitada. O segundo tempo largou no ritmo intenso da etapa inicial e o Palmeiras quase marcou logo de cara. Aos 5, o estreante Ewerthon roubou a bola de Wesley e por pouco não fez o seu. Restaurada a confiança, o Palmeiras virou o placar aos 11: Diego Souza aproveitou rebote em bola lançada na área para marcar.O Santos parecia não acreditar na reação, assim como a torcida. Tanto que demorou para se ajustar e só voltou a dominar nos 15 minutos finais. Aos 36, Madson empatou. Os minutos finais foram vibrantes. Na expectativa de dar o troco, o Santos foi para cima e se deixou levar pelo nervosismo. No lance seguinte ao gol, Neymar deu entrada forte em Pierre e levou o vermelho.Aos 42, Arouca perdeu bola fácil para Lincoln. Robert recebeu o passe e, de fora da área, acertou uma bomba, que pegou o goleiro Felipe mal-colocado. Golaço. E um motivo a mais para outra dança improvisada, mas feliz, no lance que selou a virada alviverde.O juizO árbitro Antonio Rogério Batista do Prado adotou dois critérios na distribuição de cartões. Pierre fez falta parecida à cometida por Neymar. Levou o amarelo, enquanto o santista foi expulso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.