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Palmeiras escolhe nesta segunda o sucessor do criticado Arnaldo Tirone

Décio Perin e Paulo Nobre disputam uma eleição equilibrada para saber quem será o presidente do clube nos próximos dois anos

Por DANIEL AKSTEIN BATISTA
Atualização:

SÃO PAULO - Arnaldo Tirone se despede nesta segunda-feira do Palmeiras com um título da Copa do Brasil, o rebaixamento no Campeonato Brasileiro e muitas críticas ao seu mandato. Nesta noite, 284 conselheiros vão às urnas para escolher quem será o presidente que nos próximos dois anos terá muito trabalho para recolocar o clube no seu caminho de prestígio, mas que terá a honra de estar no poder na inauguração do estádio e no ano do centenário, em 2014.Décio Perin e Paulo Nobre são os dois candidatos ao cargo nesta eleição, que pela última vez será pelos votos dos conselheiros - o próximo pleito já terá a participação dos sócios.Além do presidente, serão escolhidos ainda os quatro vices e também a nova formação do Conselho de Orientação Fiscal, com 22 vagas (15 titulares e 7 suplentes) para 41 candidatos. Ao contrário da eleição passada, quando Arnaldo Tirone ganhou facilmente - 158 votos, contra 96 de Paulo Nobre e 21 de Salvador Hugo Palaia -, esta se mostra bastante equilibrada e sem favorito. Nobre começou a corrida eleitoral com vantagem, mas Perin conseguiu equilibrar após costurar algumas alianças.Desprestigiado e sem mais nenhum apoio, Tirone desistiu de concorrer à reeleição. Nem o título da Copa do Brasil, no meio do ano passado, serviu para aliviar as críticas ao seu mandato. O rebaixamento para a Série B do Brasileiro foi apenas o ato final de um período marcado mais por fracassos e críticas do que por sucessos.Reerguer o Palmeiras será um dos desafios do novo presidente. Se em campo Nobre ou Perin tentam montar um time competitivo para não fazer feio novamente, longe das quatro linhas o futuro comandante terá também de sanar as dívidas e equilibrar as contas do clube.Os candidatos fizeram várias reuniões com empresários e investidores capazes de injetar dinheiro e formar parcerias para os próximos dois anos.Os candidatos chegam ao pleito hoje com ideias e projetos parecidos, como a profissionalização do departamento de futebol (com a contratação de um profissional remunerado) e com vários encontros com conselheiros nas últimas semanas na tentativa de angariar mais votos.Tirone já avisou que vai apoiar Perin, que conta com a ajuda de dois importantes "cardeais" do clube: Affonso Della Mônica e Luiz Gonzaga Belluzo, além de Wlademir Pescarmona, que desistiu de se candidatar para apoiar o amigo e, assim, garantir também uma vaga na diretoria - dizem que ele seria responsável pelo departamento amador. Paulo Nobre mantém suas chances de ganhar graças ao apoio de Mustafá Contursi, sempre um aliado de peso.MAIS CARGOOs candidatos à vice-presidência não foram escolhidos por acaso. Paulo Nobre colocou na sua chapa Maurício Galiotte, Genaro Marino, Antonino Jesse Ribeiro e Victor Fruges, na ordem concorrendo a 1.º, 2.º, 3.º e 4.º vice. Jesse Ribeiro, por exemplo, é assessor em Brasília e foi chamado por ter trânsito livre no Governo Federal.Com Perin, concorrem ao cargo Rita Cosentino (que cuida do departamento jurídico de Tirone e era aliada de Mustafá, mas mudou de lado), Celso Bellini, João Gavioli e Rubens Reis.Além deles, Salvador Hugo Palaia (1.º vice) e Dalvio Pedro Barichello (3.º vice) também tentam o cargo, sem estar ligados a nenhum postulante a presidente - os votos do Palmeiras são individualizados, podendo ser eleito o presidente de uma chapa e o vice de outra.Como não poderia deixar de ser, tanto Nobre quanto Perin contam vantagem e dizem estar na frente. A turma de Nobre diz ter pelo menos 139 votos, podendo até chegar a 150. O pessoal de Perin não fica atrás e diz ter 15 a mais do que o rival.O número exato, no entanto, só será conhecido a partir das 20 horas, nas urnas eletrônicas instaladas na Academia de Futebol.HERANÇALogo após o resultado, o novo presidente já terá de assumir um compromisso deixado por Tirone: a contratação de Riquelme. O argentino já aceitou a proposta do Palmeiras, mas ainda não assinou o contrato. Dificilmente o candidato que vencer vai atrapalhar a negociação, embora nenhum dos dois seja favorável à chegada do meia. Dizer "não" a Riquelme depois de estar tudo certo não seria uma boa maneira de começar o mandato. O recuo certamente acarretaria pesadas críticas.Depois de sacramentar a chegada do argentino, o novo presidente terá de correr para contratar mais reforços antes da Libertadores - o Palmeiras estreia dia 14 contra o Sporting Cristal no Pacaembu e tem até 48 horas antes disso para inscrever os 25 que jogarão a primeira fase.

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