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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Palmeiras toma forma

Por Antero Greco
Atualização:

Já vai longe a época em que o Campeonato Paulista era parâmetro para avaliação criteriosa de um time. Pra ser justo, nenhum Estadual hoje em dia se mostra confiável nesse quesito, e manda a prudência ficar com pé atrás. Por isso, dá calafrios pincelar prognósticos, favoráveis ou negativos, com um punhado de rodadas jogadas. Há risco de mandar bola fora e quebrar a cara - o grande temor de qualquer cronista. Mas, cáspite, negar tendências equivale a ficar no muro - o que é pior ainda para a reputação do bendito comentarista. Então, como estamos aqui para o que der e vier, emendo de primeira: o Palmeiras da largada da temporada 2014 deixa boa impressão. Se Gilson Kleina não tem elenco requintado, pelo menos recebeu opções para montar equipe competitiva, dentro dos padrões nacionais.A base vem da turma que disputou a Série B no ano passado, com o amadurecimento que a experiência amarga proporciona e com a autoestima elevada pelo retorno à elite. O elenco passou por depuração e desembarcaram no Palestra alguns rapazes para oferecer alternativas ao técnico. Ok, noves fora o fato de ser muito cedo para passar entusiasmo para a torcida, ontem se saiu muito bem o recém-chegado Marquinhos Gabriel. Entrou no lugar de Mazinho (apagado) e participou dos dois últimos gols nos 4 a 1 sobre o Atlético Sorocaba. Tornou o meio-campo mais ágil e criativo. Logo mais, Bruno César ficará à disposição. Importante, também, a presença de Valdivia. O chileno, tratado como porcelana frágil, estreou na competição e seguiu o roteio que dele se espera: fintou, passou, discutiu com adversários, catimbou e fez gol. Nada do repertório habitual ficou fora. Ou melhor: faltou o drible no vácuo ou o que o valha. A defesa carece de ajustes - e para tanto serve o torneio doméstico, adequado para observações e afinação para saltos maiores, como a Copa do Brasil e o Brasileiro (sabe-se lá com quantos participantes). Lúcio e Henrique se expuseram além da conta, nos primeiros minutos em Sorocaba, ao ficarem no mano a mano com Ewerthon. Na terceira tentativa, o atacante deixou o Atlético em vantagem. Corrigida a falha, com Marcelo Oliveira a cobrir os espaços, o trabalho da zaga fluiu.O Palmeiras, sem alarde, parece embicar na direção certa. Antes, precisa de tempo - o mesmo vale para os rivais de igual expressão. O palestrino é impaciente, mas não custa deixar Kleina e seus moços um pouco em paz. Quem sabe não dá samba? Tá bem, tarantela, para os mais nostálgicos e apegados às raízes italianas, como o Nilson Pasquinelli, o diagramador do Estado que tem sangue verde nas veias. Exagerado, já pediu para uma vizinha costureira fazer faixa de campeão. Calma, Nilsão, seu time gosta de fortes emoções e tem muito chão pela frente!Tricolor se ajeita. Muricy Ramalho segue a fase de testes no São Paulo, como parte do programa de preparação. Diante do Oeste, deu chance ao goleiro reserva Denis e já jogou o lateral Pereyra na fogueira. O uruguaio que veio da Inter de Milão não se intimidou, cobrou faltas e escanteios, foi à linha de fundo e saiu de campo sob aplausos. O zagueiro Antonio Carlos, de vez em quando afoito na marcação, teve tarde de herói, com os gols nos 2 a 1. O São Paulo está em busca do equilíbrio de que tanto careceu no Brasileiro de 2013.Recaída corintiana. Na noite de sábado, fantasmas do ano anterior rondaram o Corinthians e fizeram estrago, na derrota por 1 a 0 para o São Bernardo. A equipe, sob a direção de Mano Menezes, repetiu erros da reta final da era Tite. O pecado maior concentrou-se na escassa criatividade na construção de jogadas de ataque e em finalizações toscas. O treinador reconheceu deficiências e lançou alerta em torno de Pato, titular desde o início, mas substituído (sob vaias) no segundo tempo: "Há jogadores que, em determinado momento da carreira, ficam estagnados." Recado claro.

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