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Pancadaria no judô ofusca ouro do meio-leve João Derly

Por MAIR PENA NETO
Atualização:

Único medalhista de ouro no último dia de competições de judô, o gaúcho João Derly teve sua conquista ofuscada pela pancadaria que se seguiu ao final da luta entre a brasileira Érika Miranda e a cubana Sheila Espinosa. Campeão mundial, o meio-leve brasileiro (até 66 kg) derrotou na final o equatoriano Roberto Ibañez com um yuko. Derly teve vantagem desde o início da luta e no final cuidou apenas de garantir o resultado. "Adotei a tática de segurar a luta, corri alguns riscos, mas tudo deu certo," disse Derly, que com a medalha de ouro garantiu o direito de defender seu título mundial, em setembro, no Rio. "Creio que vamos superar nossa participação no Mundial passado," acrescentou. No último Mundial, o Brasil conquistou apenas duas medalhas, a de ouro de Derly e uma de bronze com Luciano Corrêa, na categoria meio-pesado (até 100 kg). O otimismo de Derly não foi compartilhado pelo técnico da equipe masculina, Luiz Shinohara, que fez uma avaliação bem crítica do desempenho de seus atletas no Pan. "Esperávamos mais em qualidade de medalhas. Eu esperava pelo menos três a quatro de ouro," disse Shinohara, que viu sua equipe ganhar apenas dois ouros, o de Derly e o de Tiago Camilo, na categoria até 90 kg. O número de ouros do judô masculino foi igualado pelas mulheres, pela primeira vez, com as primeiras colocações de Edinanci Silva (meio-pesado) e Danielle Zangrando (leve). "Aqui queríamos ir além de Santo Domingo, com mais medalhas e mais ouros, e se não conseguimos tudo, houve um grande avanço da equipe feminina," disse o chefe da equipe, Ney Wilson. "Neste Pan, as cubanas ganharam três medalhas de ouro e nós, duas, o que mostra a nossa evolução." Em Santo Domingo, o judô ganhou 10 medalhas, sendo cinco de ouro. No Rio, foram 13 medalhas e quatro de ouro. A equipe feminina comemorou intensamente o resultado, cantando um samba de Jorge Aragão, que funcionou como motivador durante os Pan-Americanos. "Respeite quem pôde chegar onde a gente chegou," diz a estrofe do samba que as judocas esperam repetir no Mundial de setembro, no Rio.

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