23 de junho de 2010 | 00h00
Com os olhos cheios de lágrimas, o brasileiro Carlos Alberto Parreira se despediu ontem das Copas do Mundo. O técnico faz parte da história dos Mundiais e, ontem, dirigiu seu último jogo, ao liderar a África do Sul em uma vitória honrosa contra a vice-campeã do mundo, a França. "Nos despedimos de cabeça erguida", avaliou Parreira.
O técnico não escondeu a emoção quando falou de suas 8 Copas, das quais participou de 6 como treinador. Entrou para a história como o técnico que mais jogos dirigiu nos 80 anos de Mundiais. Foram 23 partidas como treinador de 5 seleções. E, ontem, Parreira ainda obteve sua primeira vitória à frente de uma seleção estrangeira. Todas as demais foram com o Brasil, tanto em 1994 como 2006. Além de Brasil e África do Sul, Parreira também dirigiu Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Parreira, ontem, deu por encerrada sua vida como técnico de seleções. "Não tenho mais nada para fazer em Copas. Terminei com uma vitória e isso me gratifica muito", disse.
Uma opção poderá ser a de trabalhar como consultor para a seleção sul-africana, mas baseado no Brasil. Parreira teria convites de dois clubes, mas garante que vai descansar por seis meses antes de voltar ao trabalho. Seja como for, ele aposta nos sul-africanos como um dos países classificados para a Copa de 2014. "Quero ser o guia deles no Brasil."
Sobre a campanha no Mundial de 2010, Parreira se recusa a classificá-la como "um fracasso". "Só não nos classificamos por saldo de gols", argumentou. O técnico fez questão de lembrar que a sorte também não ajudou. E lembrou que, contra o México, sua equipe poderia ter vencido se não fosse pela bola que bateu na trave no fim da partida. "Numa Copa, sorte não basta. Mas tem horas que precisamos dela."
Parreira fez questão de elogiar os sul-africanos, que, nos últimos 50 jogos, apenas foram derrotados pelo Uruguai. "Saio feliz porque estabelecemos uma fundação para o futebol sul-africano. Começamos a construir uma identidade como seleção. Por isso não podemos falar em fracasso. Apenas em decepção."
28 anos em Mundiais
Espanha 1982: Parreira
dirige a seleção do Kuwait em sua estreia em Mundiais
Itália 1990: treinador dos Emirados Árabes Unidos
EUA 1994: comanda o Brasil na campanha do tetra
França 1998: treina a Arábia Saudita
Alemanha 2006: segunda vez à frente do Brasil
África do Sul 2010: técnico dos Bafana Bafana
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