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Pedro Matos é a esperança do Brasil no Circuito Mundial de Kitesurfe

Irmão de Kyra Gracie vem fazendo boa temporada e espera contar com bons ventos na disputa do Ceará Kite Pro

Por Paulo Favero
Atualização:

A praia do Preá, no Ceará, será palco do encerramento da temporada do Circuito Mundial de Kitesurfe. Desta terça-feira até sábado, os melhores atletas do mundo na modalidade vão disputar o Ceará Kite Pro, etapa da GKA Kitesurf World Cup. O título está na mão de Airton Cozzolino, do Cabo Verde, considerado o Lionel Messi do kite. Mas o brasileiro Pedro Matos quer aproveitar o fato de competir em um local que ele conhece bem para mostrar serviço.

"Estou bem confiante para o Mundial. Comecei a treinar essa modalidade, a strapless freestyle, somente no ano passado e estava muito perdido em como fazer as manobras. Este ano estou 100% mais confiante e no mesmo nível dos atletas que já praticavam. Estou otimista, sou quinto do mundo agora, e vou tentar uma melhor colocação para o final do ano", avisa Pedro.

Pedro Matos, do kitesurfe Foto: Leka Fotografia

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Ele vem de uma família de esportistas e sempre esteve em contato com as atividades físicas. Seu pai é Pedro Matos, campeão mundial de voo livre. Ele também é irmão de Kyra Gracie, pentacampeã mundial de jiu-jítsu e atualmente apresentadora de televisão. "Meu pai foi campeão mundial de asa delta, minha irmã campeão mundial de jiu-jítsu, meu avô fazia asa delta, kitesurfe, windsurfe, então sou de uma família de esportistas", conta. 

Ele entrou no esporte aos 4 anos, no surfe, desde então não parou mais. Com 12 anos começou no kite, pois sua família já praticava e ele iniciou junto com o pai e a irmã. "Comecei no kite wave, que é um surfe nas ondas com o kite. Sempre fiz, treinei desde pequeno, fui campeão mundial em 2016, mas aí o Circuito mudou e para ser campeão mundial tinha de fazer as duas. Então comecei a treinar o strapless, que é totalmente diferente, apesar de usar a mesma prancha. Dá salto, não surfa as ondas, e é julgado de maneira diferente, contando cinco manobras e não duas ondas."

Para brilhar no kitesurfe, Pedro garante que precisa treinar e se dedicar muito. "Penso muito na saúde e alimentação. Treino praticamente todos os dias, fazendo vídeo, foto, acabei de finalizar um programa para o Canal Off. A preparação é muito importante também fora da água, para não machucar o joelho, o ombro e o tornozelo. Tenho um personal que está sempre comigo. É uma rotina pesada para não se machucar", continua.

O litoral norte do Nordeste é muito famoso pelos ventos constantes. Até por isso, muitos estrangeiros vêm ao Brasil no inverno no Hemisfério Norte para aproveitar o calor do Ceará e Piauí, principalmente, e suas ótimas condições para a prática de esportes náuticos com vela. "O Brasil é um dos melhores locais do mundo para velejar. O Preá é o melhor lugar para o kite strapless, com vento muito forte e constante. O Rio é ótimo também para o kite wave", diz.

Pedro Matos disputa uma modalidade do kitesurfe que não está cotada para o programa olímpico, mas ele lembra que, caso haja mudanças no futuro, ele poderá brigar por uma vaga para representar o País. Aos 21 anos, ele tem muito tempo de competição pela frente. "Penso disputar o kite olímpico se tiver as mesmas modalidades que treino hoje em dia. A que vai ter em Paris-2024 é o kite foil, que infelizmente não faço. Se tiver uma carreira boa até lá, quem sabe eu não tente uma vaga na Olimpíada", afirma.

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Pedro Matos, do kitesurfe Foto: Roman Tsova

Com uma premiação de 25 mil euros (cerca de R$ 115 mil), o Ceará Kite Pro é organizado e produzido pela GL Events, e-Group e 213 Sports. Entre as estrelas do evento estão Airton Cozzolino (Cabo Verde), Mitu Monteiro (Cabo Verde), James Carew (Austrália) e Jan Marcos Riveras (República Dominicana). No feminino os destaques são a já campeã mundial Carla Herrera (Espanha), Charlotte Carpentier (França), Johanna Edin (Suécia) e Frances Kelly (Canadá).

"Ficamos muito felizes em ter conseguido subir o patamar do Ceará Kite Pro já no segundo ano. Em 2018, fizemos história ao ser o primeiro evento da GKA (Global Sports Association) transmitido via streaming. Isso fez com que a maioria dos eventos do Circuito Mundial fossem transmitidos este ano. Além de todo cuidado com a produção e patrocinadores, temos um grande trunfo, que é o local. O Ceará é, sem dúvida, um dos melhores locais, senão o melhor, para a pratica de kitesurfe no mundo", explica Pedro Dau de Mesquita, diretor comercial da 213 Sports.

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