Pegando fogo

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Por Marcos Caetano
Atualização:

Esta época do ano é indiscutivelmente uma das mais animadas do ano no aspecto futebolístico. Ao contrário do segundo semestre, quando o Campeonato Brasileiro monopoliza as manchetes, o outono é a época da diversidade de competições. Os Estaduais na reta final, a Libertadores com o desfecho da fase de grupos e a Copa do Brasil se afunilando são as grandes atrações do momento. Quase todos os grandes clubes do País, estejam eles na primeira ou na segunda divisão, participam da festa. O desfecho é imprevisível e emoção é o que não vai faltar. Emoção e muita polêmica. Nos Estaduais, apesar de alguns campeões já terem sido coroados, São Paulo e Rio ainda estão em clima de semifinais. No Rio, os quatro grandes de sempre lutaram o tempo todo pelas vagas na grande final. O Flamengo, um time bem montado e que sabe crescer de rendimento quando é imprescindível, já se garantiu. Fluminense e Botafogo disputam o privilégio de fazer a finalíssima contra o rival maior. O Fluminense tem um elenco invejável e, com a volta de Washington no domingo e de Dodô numa eventual decisão, pode até ser apontado como favorito. Mas o Botafogo talvez seja o time mais solidário e com melhor padrão de jogo do campeonato. A parada será duríssima - e não será surpresa ver o Tricolor perder a terceira seguida para o Alvinegro. Em São Paulo, todo mundo fala da semifinal com os dois grandes da capital, mas o campeão estadual pode perfeitamente sair da prima pobre das semifinais, que coloca frente a frente os melhores times do interior. A Ponte Preta venceu a primeira batalha, mas o jogo está no pano. Como o Botafogo no Rio, o Guaratinguetá é o clube menos recheado de craques, mas o que foi mais constante ao longo da competição. Para mim, o favoritismo continua com ele, até em função de jogar por uma vitória simples em casa. Na semifinal prima rica, a situação não é diferente. O São Paulo mostrou mais uma vez a vantagem de jogar sem qualquer pressão pelo título e com a calma de quem está acostumado a decisões. Mas o Palmeiras foi a equipe que melhor atuou este ano no Estado - e, jogando por uma vitória em seus domínios, pode perfeitamente dar a volta por cima. O time vem mordido e cheio de brios por conta do gol "com mão de ferro?? do Imperador, o que deveria ajudar, mas pode atrapalhar, se a raça se transformar em desespero. Na Copa do Brasil, clubes como Vasco e Corinthians, precocemente eliminados das disputas estaduais, têm a grande chance de redenção. O Timão começou mal, jogando no esquema errado e sem garra. No jogo de volta, em casa, se jogar como deve, pode perfeitamente reverter o placar contra o Goiás. A partida será a mais importante do semestre. Se perder, restará apenas a dura realidade da segunda divisão, com obrigação de subir. O Vasco desperdiçou grande oportunidade de, em seu estádio, construir uma vantagem sólida para o jogo de volta contra o Criciúma. A Portuguesa manteve a tradição de não perder em casa pela Copa do Brasil, mas pode, no jogo de volta contra o Bota, confirmar a escrita de jamais ter passado desta fase da competição. O Palmeiras está sobrando na turma e é um dos favoritos ao título. Na Libertadores, Fluminense e Flamengo, nesta ordem, devem terminar com as duas melhores campanhas entre todos os 32 clubes que avançaram na competição. Mas esse é um assunto para a outra coluna, quando os confrontos da próxima fase estiverem definidos.

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