PUBLICIDADE

Publicidade

Pelos filhos, Villeneuve ainda sonha com volta à F1

Por Thiago Arantes
Atualização:

O canadense Jacques Villeneuve conquistou quase tudo o que um piloto poderia esperar na carreira. Aos 38 anos, campeão da Fórmula 1 e da Indy, milionário e pai de família, ele teria razões de sobra para se aposentar. Mas Villeneuve não quer. Ele sonha com uma vaga no grid do GP da Austrália de 2010, por dois motivos: um esportivo e o outro, familiar. "Os carros e as regras da Fórmula 1 mudaram muito, para algo que eu sempre pedi: os pneus slick estão de volta, não haverá mais paradas para reabastecimento e o controle de tração foi banido", explica o campeão mundial de 1997. "Além disso, quero que meus filhos me vejam correr ao vivo, não apenas em fotografias." A menção ao regulamento se justifica. Nos 10 anos em que esteve na Fórmula 1 - estreou em 1996 e se retirou em 2006 -, Villeneuve sempre questionou as questões técnicas da categoria. O apelo familiar, porém, é ainda mais forte. Jacques era um adolescente de 11 anos quando viu o pai, o lendário Gilles Villeneuve, morrer em um acidente durante os treinos para o GP da Bélgica de 1982. Quase três décadas depois, o pai de Jules, 2 anos, e de Jonas, de apenas um, sonha em dar aos filhos a mesma chance que teve: ver o pai em ação nas pistas. "As chances de voltar à Fórmula 1 em 2010 são pequenas. Mas existem, sim", disse o canadense, em entrevista por e-mail, logo depois de chegar ao Brasil. Ele veio para a disputa da etapa especial da Top Race, categoria argentina de carros de turismo, que ocorrerá no domingo, em Interlagos. O calendário apertado impede que ele assista a muitas corridas da Fórmula 1. Mesmo assim, o ex-campeão não perde o seu jeito polêmico ao dar palpites sobre a atual temporada. "A temporada deste ano, depois de um início um tanto monótono, parece estar se tornando mais emocionante com as etapas mais recentes", afirmou. "O fato de os pilotos serem muito padronizados é um problema. Os fãs querem ver pilotos lutadores, querem gladiadores cheios de personalidade. E não é esse tipo de piloto que eles estão vendo atualmente." Desde que deixou a Fórmula 1, demitido pela BMW em 2006, o canadense peregrinou por categorias nos EUA e na Europa - disputou a Nascar, as 24 Horas de Le Mans e a Speedcar, que reunia pilotos veteranos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.