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'Perplexa', CBRu deverá ir à Justiça contra anulação de voto em assembleia do COB

Presidente de confederação de rúgbi, que era a favor de maior participação de atletas nas assembleias do comitê, teve voto impugnado

Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan e Paulo Favero
Atualização:

A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) deverá ir à Justiça contra a anulação do voto de seu representante na Assembleia Geral Extraordinária do Comitê Olímpico do Brasil (COB), realizada nesta quarta-feira. O encontro serviu para aprovar o novo estatuto da entidade, e a impugnação do voto da CBRu foi decisiva para que um dos principais pontos discutidos - a inclusão de um terço de atletas em relação ao número de confederações nas assembleias do comitê - fosse modificado.

A votação desta quarta-feira contou com 30 participantes, sendo que um deles, Eduardo Mufarej, da CBRu, precisou deixar a assembleia mais cedo. Antes de sair, ele declarou seu voto favorável a 12 atletas nas assembleias. O pleito havia sido acordado com a comissão estatuinte e agrava entidades ligadas a atletas.

Paulo Wanderley (centro), presidente do COB, participa deAssembleia Geral Extraordinária na entidade. Foto: Wilton Junior/Estadão

Durante a assembleia, contudo, o presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), Durval Balen, propôs a redução de 12 atletas para cinco. O tema foi a votação, e houve empate em 15 a 15. Com isso, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), Alaor Azevedo, favorável a cinco atletas, defendeu a impugnação do voto de Mufarej. E os outros 14 que votaram pela redução da representatividade prevista conseguiram o seu pleito.

A anulação do voto de Mufarej foi criticada pela CBRu, que prometeu lutar pelo restabelecimento da votação original. "O voto da CBRu a favor da participação proporcional de 1/3 de representantes de atletas nas decisões assembleares do COB foi manifestado em viva voz a todos, gravado no sistema do COB e com registro em ata confirmado pela advogada do COB, Dra. Ana Paula. Não resta dúvidas sobre o teor do voto da CBRu", declarou a confederação, em nota.

"De forma ilegal e sem sustentação jurídica ou estatutária alguma, o voto da CBRu foi desconsiderado. A CBRu encara a decisão com perplexidade. A entidade notificará o COB, buscando a validação de seu voto e a observância ao Estatuto do COB, como forma de Justiça. A CBRu antecipa que a não observância ao Estatuto causará a tomada das medidas administrativas e judiciais, se necessário, para tornar válido seu direito de voto assemblear", continua o comunicado.

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Já a organização Atletas pelo Brasil classificou como "uma manobra" a decisão de reduzir de 12 para cinco o número de atletas nas assembleias do COB. Segundo a entidade, a anulação do voto da CBRu foi "controversa".

"A manobra, para a Atletas pelo Brasil, simboliza clara distância entre discurso e prática. Apesar da aparente abertura do novo presidente, Paulo Wanderley, o estilo de gestão não democrática de Carlos Arthur Nuzman parece ainda prevalecer entre as confederações. Por isso, apesar dos consideráveis avanços apresentados no estatuto, hoje a nova gestão do COB perdeu a grande oportunidade de dar um passo rumo à valorização dos atletas e da união do setor", diz trecho de comunicado.

"A derrota de hoje de Paulo Wanderley mostra que o espírito autoritário segue vivo em parte das confederações. E que, enquanto o COB concentrar dinheiro e poder, é improvável que este cenário mude", pontuou. "A Atletas pelo Brasil repudia o posicionamento antidemocrático das 15 confederações que optaram por mais uma vez silenciar os atletas."

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