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Pinheiros comemora 120 anos como maior formador de atletas olímpicos

Clube foi fundado em 7 de setembro de 1899 por jovens de origem alemã

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Por Paulo Favero
Atualização:

O Clube Pinheiros completa 120 anos neste sábado se consolidando como o principal formador de atletas olímpicos do Brasil. Com uma longa história esportiva, foi fundado em 7 de setembro de 1899 por jovens de origem alemã. Originalmente se chamava Sport Club Germania, mas mudou o nome por determinação do governo durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942. Desde o princípio a prática esportiva esteve intrinsecamente ligada aos seus associados.

"O DNA de olimpismo do Pinheiros veio com os alemães. Quando vieram para o Brasil e fundaram o clube, com um time de futebol, uma equipe de atletismo e de remo, eles mostraram o amor que tinham pelo esporte olímpico. Isso foi passando de geração para geração", explica Arnaldo Pereira, diretor de Área de Esportes Olímpicos e Formação.

Clube Pinheiros e seus atletas que forampara o Pan Foto: Werther Santana/Estadão

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O momento é propício para comemorações no clube. A delegação de 69 atletas do clube retornou dos Jogos Pan-Americanos com a melhor campanha da história, com 45 pódios, sendo 17 medalhas de ouro, 15 de prata e 13 de bronze. Isso deixa os profissionais do clube otimistas em aumentar a quantidade de medalhas olímpicas conquistadas pelo Pinheiros na história (12 no total) nos Jogos de Tóquio, em 2020.

"Das 17 medalhas de ouro que tivemos no Pan, espero que um terço delas vire pódio nos Jogos Olímpicos. Eu tenho essa expectativa e muita convicção", comenta Arnaldo. Entre os mais cotados para subir ao pódio em Tóquio estão Darlan Romani (arremesso de peso), Rafael Silva (judô), Nathalie Moellhausen (esgrima), Marcelo Chierighini (natação), Arthur Nory e Chico Barretto (ginástica artística) e os revezamentos 4 x 100m da natação (livre) e do atletismo.

A ótima performance dos atletas do Pinheiros nos Jogos Pan-Americanos ajudaram também o Brasil a ter sua melhor campanha da história na competição. Jorge Bichara, diretor de esportes do Comitê Olímpico do Brasil (COB), elogia o trabalho feito pelo clube. "O Pinheiros desempenha historicamente um papel fundamental na formação e preparação de atletas olímpicos. Ele desenvolve um excelente trabalho neste sentido, é um modelo de sucesso, com infraestrutura adequada, investimento na qualidade e gestão profissional", diz.

O Pinheiros vai além desse DNA olímpico. Segundo o presidente Ivan Castaldi Filho, o clube é sinônimo de esporte por essência. "Temos aproximadamente 70 modalidades, entre olímpicas ou não", revela. Os bons resultados internacionais aumentam a fama do clube. "A gente fica orgulhoso e é uma justificativa para o dinheiro que o associado investe", conta. No último ciclo olímpico, por exemplo, o Pinheiros colocou mais de R$ 150 milhões do próprio clube no esporte. Soma-se a isso mais de R$ 43 milhões da Lei de Incentivo ao Esporte. "Esse programa abriga entre 300 e 350 atletas. E o clube investe dinheiro também do seu orçamento, do seu custeio, para formação e manutenção de equipes campeãs", diz Arnaldo.

Cristiano Albino, técnico da ginástica artística, está no clube desde 1989 como atleta e começou a trabalhar em 2000 como treinador. "Aqui se tem todo suporte necessário para que se conquiste grandes resultados. Estrutura necessária para trabalhar, com grupo multidisciplinar. Desde que comecei a trabalhar aqui, sempre foi melhorando cada vez mais, em todas as modalidades. O Pinheiros investe nisso e dá o suporte necessário para a gente obter os melhores resultados", afirma.

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O investimento acaba indo para todas as modalidades e a melhoria de equipamentos e infraestrutura é rotineira. Também existe uma busca por talentos em outros lugares e grandes revelações costumam entrar na mira do clube. O processo de iniciação esportiva vai dos 4 aos 14 anos. Fernando Reis, do levantamento de peso e considerado o homem mais forte das Américas, começou lá quando era pequenininho.

Quem também tem uma longa história com o Pinheiros é Gustavo Guimarães, o Grummy, da seleção brasileira de polo aquático. Seu avô João Gonçalves Filho foi porta-bandeira do Brasil nos Jogos Olímpicos na Cidade do México, em 1968. "Para mim é um orgulho representar o Pinheiros. Eu nasci aqui dentro, meu avô, minha avó, meu pai, minha mãe, todos eles foram atletas e técnicos do clube. Comecei com meu irmão bem novo aqui, é o clube mais olímpico do Brasil, tem estrutura, apoia o esporte, e isso faz com que a gente se motive mais."

Ele lembra que seu avô contava boas histórias de quando era atleta. "Todo final de semana eu ia na casa do meu avô, que era na mesma rua, e ele falava muito daquela época. Ele me disse que o maior orgulho da vida dele foi ter sido porta-bandeira do Brasil nos Jogos. E dali que veio meu sonho de ser um atleta olímpico. Quando o Brasil foi escolhido país-sede, estava aqui dentro do clube e naquele dia vi que era minha chance. Deu certo no Rio-2016, então acredito que o exemplo que tive em casa e os exemplos que vi fizeram a diferença", continua.

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Quem também reforça o importante papel do clube no esporte é Heitor Shimbo, da esgrima, medalha de prata no Pan. Ele está no Pinheiros desde 2005. "O grande diferencial aqui é a capacidade de investir nos atletas de diferentes modalidades. Além da história do clube, que sempre aposta na base e oferece toda estrutura, há uma mentalidade que favorece o investimento no esporte de alto rendimento. Há sempre melhorias nas condições de treinamento, novos equipamentos, fora a parte de comissão técnica, com psicólogo, preparador físico, entre outros."

Aos 120 anos, o Pinheiros mira o futuro e espera se consolidar ainda mais como principal formador de atletas olímpicos. O clube que teve Manuel dos Santos, João do Pulo, Gustavo Borges e Cesar Cielo, entre outros, caminha para ajudar o Time Brasil nos Jogos de Tóquio. "Nós fizemos uma ampla pesquisa há dois anos e o que deu sobre esporte foi 'orgulho'. O pinheirense tem orgulho de seus atletas e medalhistas, e do espelho que eles são para os jovens", conclui Arnaldo Pereira.

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