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Pista de todo mundo

Grand Prix

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Por Reginaldo Leme
Atualização:

De volta à Europa, onde correu pela última vez em setembro do ano passado, a Fórmula 1 vive um momento completamente diferente daquele conturbado GP da Bélgica, que marcou a eliminação da McLaren do Campeonato de Construtores por conta do roubo de informações confidenciais da Ferrari, atitude considerada mais uma demonstração de força do presidente da FIA, Max Mosley, contra o seu arquiinimigo Ron Dennis. Hoje é Mosley quem está na corda bamba, prestes a ser destituído do cargo, e nem Ron Dennis anda muito bem depois de ter, inexplicavelmente, perdido o título de pilotos. Dos dois concorrentes diretos em 2007, além de nenhum deles ter ficado com o título, Fernando Alonso enfrenta agora a dura realidade de não ter conseguido um único pódio nas três primeiras corridas do ano e nem poder sonhar com resultados melhores tão cedo e Lewis Hamilton é o 4º colocado no campeonato. Barcelona é a tal pista que é a própria casa de todo mundo. Os pilotos conhecem como a palma da mão cada metro de asfalto e os engenheiros já têm os carros previamente ajustados para as muitas curvas de média velocidade, quatro de baixa, uma única curva de alta e duas retas - uma longa e outra curta - que oferecem às equipes tudo o que um circuito pode ter. Ou quase tudo, porque o freio não chega a ser tão exigido como em outras pistas. Mas é perfeito para se testar eficiência aerodinâmica, potência de motor e balanço do chassi. Por isso, ela é a pista modelo onde são feitos 70% dos treinos permitidos em cada ano, especialmente na pré-temporada. Os defeitos e as virtudes de um carro aparecem claramente, o que significa dizer que carro ruim não tem vez. Porém, aquele que for veloz em Barcelona tende a se dar bem na maioria das pistas do campeonato. Isso dá ao GP da Espanha a característica de uma corrida sem surpresas? Certamente. Basta dizer que o único a vencer sem ser favorito, nos 17 anos em que a corrida vem sendo disputada em Barcelona, foi Michael Schumacher, um sujeito de quem nada pode ser considerado zebra. Esta foi, por sinal, a primeira vitória do alemão na Ferrari, debaixo de muita chuva. Naquele ano, Schumacher só teve carro para terminar o campeonato em 3º, 38 pontos atrás do campeão Damon Hill. Nesses 17 anos, em apenas seis o vencedor do GP não terminou o ano como campeão, entre eles Felipe Massa, no ano passado. E em quatro deles, pelo menos foi vice. O alto conhecimento que os engenheiros têm da pista normalmente provoca resultado previsível até nos treinos. Não é raro se ver os carros das equipes mais fortes ocupando as três ou quatro primeiras filas do grid e o piloto que não conseguir dividir fila com seu próprio companheiro ou errou no treino ou tem estratégia diferente para a corrida. O que também seria um erro, porque a posição de largada importa muito nesta pista em que é complicado seguir o carro da frente e, conseqüentemente, as ultrapassagens se tornam difíceis. Até agora três pilotos diferentes venceram no Mundial de 2008 e a Ferrari, que ganhou as duas últimas, não é líder dos construtores. Aliás, nem a McLaren. Na liderança aparece a BMW, ameaçadora. Ela e seus bons pilotos, Robert Kubica e Nick Heidfeld. Portanto, este ano temos seis candidatos à vitória em qualquer corrida. E olha que tem equipe prometendo virar o jogo a partir desta corrida espanhola.

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