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Pista do Engenhão provoca polêmica

Botafogo, que administra o estádio, e Federação de Atletismo do Rio trocam farpas pela utilização do espaço

Por Bruno Lousada e Amanda Romanelli
Atualização:

A moderna pista de atletismo do Engenhão virou alvo de polêmica entre o Botafogo, que administra o estádio, e a Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro (Farj). A entidade culpa o clube alvinegro pela não utilização da única pista da América Latina credenciada a receber um Mundial de atletismo. Todas as competições realizadas no Rio acontecem no Célio de Barros, no Complexo do Maracanã. Pista que, segundo o projeto para a Olimpíada de 2016, deve dar lugar a um estacionamento. "O Engenhão, cedido pela Prefeitura, virou um estádio de futebol. O Botafogo até acabou com sua equipe de atletismo no início de 2007 e se desfiliou da federação. Não tem interesse em manter esse esporte", declarou o diretor-técnico da Farj, Nelson Rocha. Segundo ele, a pista de atletismo do Engenhão está abandonada. "É um deserto só. Esse é o nosso legado do Pan do Rio", lamentou Rocha. O presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, rebateu as acusações. "O clube não tinha nenhum controle sobre a equipe de atletismo, patrocinada pela federação e que vestia a camisa alvinegra. A gente tinha responsabilidades. Decidi então acabar com isso." O dirigente anunciou que a pista do Engenhão, sem utilidade desde o Parapan, voltará a ser aberta. Ele diz que negocia com duas empresas um patrocínio para o atletismo do Botafogo. "Não tenho nada contra qualquer esporte. Pelo contrário. Mas não posso assumir custos extras. É preciso pagar para usar a pista." Em São Paulo, a situação não é muito melhor. Apenas a pista do Ibirapuera, onde treina a campeã olímpica Maurren Maggi, pode receber um torneio internacional.Uma situação absurda, afirma o técnico da atleta, Nélio Moura. "A infra-estrutura está melhorando, mas não como gostaríamos." No próximo ano, a cidade de Bragança Paulista ganhará um centro de alto rendimento em atletismo, o único reconhecido pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) na América Latina. O projeto é custeado pela Rede Atletismo. "A BM&F deve construir uma pista e o governo estadual promete reformar o Centro Olímpico", afirma Nélio. "Ainda assim, teríamos quatro pistas. É muito pouco."

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