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Placar do vôlei ignora idiomas do Pan, inclusive o português

Por MAIR PENA NETO
Atualização:

O placar eletrônico do vôlei de praia é um dos mais interativos dos Jogos Pan-Americanos, descrevendo as jogadas e se comunicando com o público, mas ignora dois idiomas oficiais da competição: o português, do país anfitrião, e o espanhol, a língua mais falada nos países das Américas. O único idioma utilizado no placar é o inglês, falado apenas nos Estados Unidos, Canadá e algumas ilhas do Caribe e das Antilhas. Dos 42 países membros da Organização Desportiva Pan-Americana, cerca de 80 por cento têm o espanhol como idioma oficial. Antes mesmo do início das partidas de vôlei de praia, o placar anuncia "Please, welcome the referees", solicitando o aplauso do público aos juizes, convocação devidamente ignorada. "Nem sabia o que estava escrito ali", disse o torcedor Aléxio Almeida, que conhece alguns termos do vôlei, como "set" e "ace", mas reconheceu desconhecer vários termos que aparecem no placar. Algumas imagens facilitam a compreensão dos termos, como uma parede de tijolos que se ergue quando aparece a palavra block (bloqueio), mas outras expressões só são familiares para quem acompanha o esporte de perto ou conhece a língua inglesa. "Acho que eles deveriam ter se preocupado em escrever em português, afinal estamos no Brasil", disse Rosário Santos. "Ninguém é obrigado a saber inglês", acrescentou. As cortadas era anunciadas como "great spike", um belo bloqueio como "what a block", a troca de lado como "sideswitch", a bola dentro, como "in", a bola fora como "out", uma jogada diferente, como "spetacular play", o pedido de tempo como "technical time out", uma jogada sutil como "nice", o fim de cada período como "end of set" e o ponto decisivo como "match point". O coordenador de resultado do vôlei de praia, Júlio César da Costa, da Swiss Time, empresa responsável pelo placar Tissot, disse que o modelo é o mesmo usado em Atenas e que só as animações foram incluídas. "Todo o procedimento foi antes aprovado pelo Co-Rio", disse Júlio, que não vê muito problema nos termos em inglês. "Muitas palavras não têm tradução, como é o caso do ace. Tirando duas ou três, o resto é linguagem do esporte", afirmou.

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