23 de julho de 2011 | 00h00
O Hotel Grand Hyatt, na zona sul de São Paulo, viveu uma tarde de horror ontem. Dois hóspedes explodiram três bombas. Em meio ao fogo e a fumaça, 30 pessoas saíram feridas.
Os terroristas acabaram sendo identificados e presos por agentes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Pelo menos 10 das vítimas, em estado grave, foram levadas para hospitais da região.
O "cenário de guerra"combina com relatos de vários casos mundo à fora. Já o Brasil não costuma enfrentar problemas com terrorismo. Mas, na iminência de receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o País vira alvo.
Ontem, no entanto, não passou de simulação. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar mobilizaram 81 veículos e 133 homens para fazer um treinamento com roteiro cinematográfico num dos hotéis mais luxuosos da cidade.
Em 25 minutos, o inédito incidente estava controlado e boa parte das vítimas já havia sido resgatada e atendida.
"Já simulamos queda de avião, acidente de trem e agora atentado em hotel. Sempre há uma possibilidade. Teremos pessoas do mundo inteiro aqui e pode haver um ataque terrorista", disse Luiz Humberto Navarro, comandante do Corpo de Bombeiros.
Uma hora depois da primeira bomba, os "terroristas" foram colocados dentro de uma viatura e levados para a delegacia.
"O hotel ficou 100% vazio, como se fosse uma situação real. O Grand Hyatt recebe boa parte dos vips de São Paulo e nós fizemos um treinamento para casos como o que ocorreu infelizmente hoje (ontem) na Noruega", afirmou o coronel.
Houve explosões no subsolo do hotel, num jipe estacionado em frente e na suíte presidencial, no 22.º andar do prédio de 370 quartos - 65% ocupados ontem. Dois helicópteros foram envolvidos na operação, além de carros de bombeiros equipados com escadas Magirus.
Novas simulações devem ocorrer nos próximos meses. "O treinamento tem a finalidade de dar adrenalina para o nosso pessoal para que ele pense como se estivesse numa situação real."
Real foi o transtorno de Adriano de Souza, 31 anos, advogado. Ele passava a noite de núpcias no hotel. Não conseguiu sair antes do fim da ação. "Os bombeiros fecharam a rua um pouco antes do previsto. Dei azar."
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