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Pole de Massa compensa frustração

Brasileiro sai em primeiro em Valência e, assim, supera decepção com a quebra do carro no GP da Hungria

Por Livio Oricchio
Atualização:

O resultado do GP da Hungria não havia mesmo sido digerido, ainda, por Felipe Massa. "É sensacional largar na pole position aqui em Valência depois da decepção na última corrida", afirmou, ontem, logo após estabelecer a primeira colocação na classificação do GP da Europa. A seu lado está o que parece ser o maior adversário na luta pela vitória, hoje - Lewis Hamilton, da McLaren, líder do Mundial, com cara de poucos amigos. Dá a entender que a pole seria importante para sua estratégia. Na segunda fila estão dois outros candidatos a ganhar a 12ª etapa da temporada, Robert Kubica, da BMW, terceiro, e o companheiro de Massa, o finlandês Kimi Raikkonen, quarto. Massa analisa o que pode ocorrer, hoje, ao longo das 57 voltas da prova, com largada às 9 horas, de Brasília, e com transmissão direta pela Globo. "O que posso dizer é que nos long runs (série de voltas seguidas) nas sessões livres nosso ritmo sempre foi muito forte. Em corrida não será diferente." Foi a quarta pole de Massa este ano e a 14ª na carreira. Desta vez histórica, por se tratar da estréia de Valência no calendário. "Tivemos excelente performance depois de uma experiência negativa (explosão do motor em Budapeste), o que mostra nossa força para voltar a trabalhar até com mais motivação para brigar pela ponta." Ele ocupa o terceiro lugar no campeonato, com 54 pontos, diante de 62 de Hamilton e 57 de Raikkonen. Os 20 pilotos esperam, hoje, uma competição tumultuada, pela possibilidade elevada de chuva e, possivelmente, algumas intervenções do safety car. "Aqui não é como Mônaco, em que a cada meio vacilo a gente toca o muro, mas a cada 1,5", lembrou Massa. Corridas cheias de alternativas são a especialidade de Hamilton, a exemplo de suas vitórias no Japão, no ano passado, além de Austrália, Mônaco e Grã-Bretanha, nesta temporada. Mesmo assim, não escondeu, sua preferência é por uma largada sem chuva. "Estar a 300 km/h, no molhado, com muro dos dois lados do asfalto, sem área de escape, pode ser perigoso." O polonês Robert Kubica voltou a posicionar-se bem. Tem sido um crítico da falta de desenvolvimento do carro por parte de sua equipe. "Ficamos para trás, não há dúvida. No Canadá liderávamos o campeonato", relembrou. "Não estamos mal nesta pista. Mas McLaren e Ferrari claramente estão melhores", analisou. "Com pista seca, a diferença deve aumentar." Depois da etapa de Montreal, em que venceu, Kubica liderava o Mundial. Não se expressa publicamente, mas demonstra sentir-se preterido em relação ao companheiro, Nick Heidfeld, alemão como a maioria na BMW. Heidfeld larga em oitavo e soma 41 pontos, quinto, contra 49 de Kubica, quarto. Pode ser que seja apenas a estratégia menos ousada de Raikkonen na classificação, mas de novo ficou atrás de Massa, ontem, ao obter o quarto tempo. Até agora essa disputa está 8 a 4 para Massa. Há indícios de que Raikkonen vai realizar o primeiro pit stop cerca de duas voltas depois do parceiro de Ferrari. O que a direção do time italiano deseja saber é se as duas semanas de férias trouxeram Raikkonen, ninguém menos de o campeão do mundo, de volta à realidade da Fórmula 1. Surpresa, mesmo, quem ofereceu, ontem, foi a Toro Rosso, com o ótimo sexto tempo de Sebastian Vettel e o décimo de Sebastien Bourdais. E as possibilidades de que os dois estejam com elevado volume de gasolina são boas, o que os favorecerá, hoje, na corrida. Já Nelsinho Piquet, da Renault, não foi bem e larga em 15º, enquanto Rubens Barrichello, Honda, ainda pior, 19º. Só a chuva para lhes permitir boa prova, hoje.

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