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Poluição de Londres pode atrapalhar atletas, dizem cientistas

Na véspera dos Jogos, as temperaturas e os níveis de poluição por ozônio dispararam, quebrando uma recomendação da OMS

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Por Redação
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A qualidade precária do ar de Londres poderá causar problemas aos atletas olímpicos, caso uma onda de calor continue, afirmaram cientistas britânicos nesta quinta-feira, no momento em que a poluição atingiu os níveis mais altos desde 2006. A Olimpíada de Londres tem enfrentado uma série de problemas às vésperas do evento, desde a preocupação com a segurança, transportes, à ameaça de greves. Em determinado estágio, até mesmo o tempo úmido parecia representar um estorvo ao espetáculo. Na véspera dos Jogos, porém, as temperaturas e os níveis de poluição por ozônio dispararam, quebrando uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, possivelmente, causando dificuldades respiratórias aos atletas, afirmaram pesquisadores da King's College University. "(Os atletas) não serão capazes de obter oxigênio suficiente no corpo para um desempenho no nível mais alto. Isso significa que provavelmente não baterão nenhum recorde dentro dessas condições", disse à Reuters o professor Frank Kelly, diretor do Grupo de Pesquisa Ambiental do King's College de Londres. "Elas (condições climáticas) não são ideais para o atletismo e certamente não para eventos de longa distância", acrescentou ele. O governo britânico emitiu um alerta sobre a qualidade do ar para os níveis de ozônio na quarta-feira, depois que a concentração de ozônio em partes do sul da Inglaterra ultrapassou os 190 microgramas por metro cúbico. A recomendação da OMS é de 100. Acredita-se que os atletas estejam especialmente vulneráveis porque eles respiram uma grande quantidade de ar muito rapidamente ao longo de várias horas, disse o especialista em avaliação da qualidade do ar do King's College, Gary Fuller. Mesmo quem não é atleta deverá perceber os níveis de poluição. "Provavelmente cerca de 20 por cento da população saudável sentirá um aperto no peito enquanto estiverem em suas atividades normais diárias", afirmou Kelly. "Se as pessoas se envolverem em algum tipo de exercício, provavelmente sentirão os efeitos ainda mais." Autoridades do governo afirmaram que a maioria das pessoas não é afetada por picos de ozônio no curto prazo, mas aqueles que já apresentam problemas cardíacos ou pulmonares poderão ter um agravamento dos sintomas. O aumento nos níveis de ozônio foi causado pelas altas temperaturas, que esquentam os poluentes industriais e do trânsito e pelo ar quente que circula lentamente pelo sudeste da Inglaterra e pelo oeste da Europa, regiões densamente povoadas. Uma frente fira deve chegar à Grã-Bretanha em tempo para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos na sexta-feira. (Reportagem de Sophie Kirby)

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