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Por Olimpíada, China suaviza regras de imprensa em 2008

Medidas que aumentam a liberdade para o trabalho da imprensa no país serão adotadas no ano dos Jogos, mas suspensas após o fim da Paraolimpíada

Por Agencia Estado
Atualização:

A China anunciou nesta sexta-feira a suavização das restrições ao trabalho dos jornalistas estrangeiros, cumprindo promessa feita na campanha de Pequim para sediar os Jogos Olímpicos de 2008, mas as medidas só serão válidas no ano da Olimpíada, de 1.º de janeiro até o dia 17 de outubro, um mês após o encerramento dós Jogos Paraolímpicos. "Poderão ser realizadas entrevistas sempre que o repórter tiver a permissão do entrevistado", afirmou Liu Jianchao, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês. Ele assegurou ainda que a permissão será estendida a "assuntos relacionados" aos Jogos, ciente de que isso incluirá temas como política, economia e ciência e tecnologia. Hoje, as entrevistas são proibidas a não ser com a autorização do governo, e os repórteres só têm autorização de trabalhar nas cidades onde vivem. A flexibilização das regras inclui a liberdade de viajar pelo país para fazer reportagens. "A polícia vai intervir somente em casos de distúrbios e para preservar o interesse público", alertou Liu. "A China compreendeu a importância de se adequar aos padrões internacionais e está entregando tudo o que prometeu", elogiou Kevan Gosper, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) que trabalha na organização da Olimpíada. "É um avanço para as condições de trabalho dos jornalistas estrangeiros", reconheceu Melinda Liu, correspondente da revista norte-americana Newsweek e dirigente de uma entidade de jornalistas que vivem no país. "É uma pena que essa liberalização não seja permanente." A China é o país que mais restringe a liberdade de imprensa - somente neste ano 32 jornalistas já foram presos. Nesta sexta-feira, um jornalista do The New York Times teve negado seu apelo a uma pena de três anos de cadeia por uma reportagem investigativa sobre o Partido Comunista.

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