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Por US$ 37 milhões, Mets conseguem arremessador carismático

Francisco Rodriguez é um dos principais 'closers' da liga principal de beisebol norte-americano, a MLB

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Por Ben Shpigel
Atualização:

Francisco Rodriguez bate no peito, cerra os punhos e corre firme em torno do morrinho. Grita, beija a mão direita e eleva os braços para o céu. Ele repetiu esta rotina 62 vezes na última temporada, depois de cada um dos seus salvamentos, recordistas, para os Angels. Rodriguez, um dos melhores closers (fechadores) do beisebol e um dos mais efusivos, na próxima temporada estará jogando pelos Mets, tendo firmado um contrato de três anos no valor de US$ 37 milhões (cerca de R$ 90 milhões), com o clube que vai melhorar um bullpen que foi um dos piores em 2008, e trazer uma intimidação elegante para um time que por duas temporadas consecutivas não mostrou um instinto matador. O contrato, que abrange ainda uma opção adicional de US$ 14 milhões para 2012, segundo informou a foxsports.com. só será oficializado depois que Rodriguez completar os exames médicos. Embora o gerente geral da equipe, Omar Minaya, não tenha confirmado os termos financeiros do contrato, nem o próprio contrato, uma fonte por dentro das negociações disse que eles chegaram a um acordo. E uma vez assinado o contrato, os Mets terão oficialmente garantido um arremessador de 26 anos cuja capacidade e personalidade pitoresca se ajustam muito bem ao mundo esportivo muitas vezes inflamado de Nova York. "A energia por ele demonstrada ao chegar obviamente traz junto com ela a confiança - ele é um jovem muito confiante", disse Jerry Manuel, que gerencia os Mets. "É um sujeito apaixonante". Desde domingo, quando se reuniram com Rodriguez para um jantar depois de chegarem à cidade para as reuniões de inverno, os encarregados dos Mets deixaram claro que ele era a sua prioridade em meio a um grande grupo de closers de agentes independentes. Inicialmente ofereceram a Rodriguez um contrato de dois anos, com uma opção para um terceiro, mas quando as negociações prosseguiram na segunda-feira, o terceiro ano também ficou garantido. Os Mets firmaram com Rodriguez um contrato relativamente barato - quase metade do preço que, se acreditava, ele pretendia. Mas ocorre que muitos dos concorrentes endinheirados dso Mets, como os Yankees, os Red Sox e o Chicago Cubs, não estavam à procura de um closer, o que deixou a direção dos Mets sem competidores quando foi procurar um substituto para Billy Wagner. O próximo passo, na agenda de Minaya, é completar a equipe e cercar Rodriguez com um forte grupo de apoio. Ele não fez distinção entre eles ao ser indagado se tinha alguma prioridade, porém o mercado para os arremessadores mais destacados dos Mets - como Oliver Perez e Derek Lowe - ainda está se desenvolvendo. Minaya espera se encontrar com Scott Boras. A equipe também pode apostar no jardineiro Raul Ibanez, que pode dar mais estabilidade no campo esquerdo do que a dupla Daniel Murphy e Fernando Tatis. Contudo, qualquer um que Minaya acrescentar não deverá ter a exuberância de Rodriguez, cujas explosões de emoção vão contrastar e muito com o estóico closer Mariano Rivera. Francisco Rodriguez não usa mais os óculos que eram sua marca registrada - em 2007, ele os abandonou e trocou por lentes de contato, mas uma outra característica distinta dele, seu violento arremesso, persiste. Conhecido originalmente pelo arremesso rápido e as curvas difíceis, que quase sempre são um erro para um slider, Rodrigues aumentou a velocidade, do que seu ex-manager nos Angels, Mike Scioscia, qualificou como seu melhor lançamento. A velocidade do seu arremesso perdeu algumas milhas por hora, preocupando alguns dentro dos Mets, mas Scioscia disse que Rodriguez compensa a velocidade reduzida com seu comando. Como seu predecessor Wagner, Rodriguez nasceu quando a família estava em plena briga; ele é o 14.º filho de pais divorciados. Foi criado pelos avós paternos, Juan Francisco e Isabel e viveu numa favela de Caracas, na Venezuela. Jovem, Rodriguez freqüentou a academia de beisebol dirigida por Graciano Ravelo, um antigo olheiro para o Texas Rangers e Kansas City Royals, e no seu primeiro dia foi direto para o morrinho do arremessador. Ele retornou com freqüência até que os Angels passaram na frente de vários times, incluindo o do Yankees, e fechou um contrato com ele em setembro de 1998, (ele tinha 16 anos) por uma bonificação de US$ 960 mil. "Quando ele chegou aqui na academia era um garoto muito agressivo", disse Ravelo, em 2002, ao The New York Times. "Tinha medo de tudo e de todos. Nunca vi alguém com essa predisposição mental". Até então, nada - nem as gangues que erravam pela favela onde morava, nem os recursos modestos, nem sua constituição frágil - conseguiam impedir Rodriguez de continuar em busca do seu sonho de jogar nas maiores ligas. Mas sete meses depois de firmar o contrato com o Angels, quando Juan Francisco morreu de câncer, Rodriguez voltou à Venezuela e por um certo tempo pensou em abandonar o beisebol. Acabou mudando de idéia. Alguns anos jogando em ligas menores o prepararam para sua promoção em setembro de 2002. Os Angels chamaram-no novamente em 15 de setembro - 15 dias depois do prazo para se inscrever na lista para a pós-temporada, mas ele conseguiu entrar na lista dos playoffs quando um outro lançador entrou na lista dos incapacitados para jogar, uma mudança fortuita do destino que levou os Angels ao seu primeiro campeonato da Série Mundial.  Agora Rodrigues vem para os Mets, frustrado com duas quedas livres consecutivas. À medida que Rodriguez se impõe na Liga Nacional, sua expansividade pode irritar ainda mais os oponentes que já desprezam os Mets e o seu gosto por comemorações elaboradas. RESPOSTA DO RIVAL Querendo apagar a péssima campanha na última temporada, a diretoria do New York Yankees contratou o arremessador mais "quente" do momento, Carsten Charles Sabathia, que estava no Milwaukee Brewers. O jogador, de 28 anos, deve assinar com os Yankees um contrato de sete anos no valor de US$ 160 milhões (aproximadamente R$ 392 milhões). O arremessador passa a ser o mais bem pago da história da MLB.

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