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Pós carnaval

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Por REGINALDO LEME
Atualização:

O último dia de carnaval no Brasil será o primeiro da segunda sessão de testes dos novos carros da Fórmula 1, desta vez na pista de Montmeló, em Barcelona. Os carros que já andaram em Jerez devem vir com as primeiras modificações e há mais referências a se levar em conta. Esta é uma pista que faz parte do Mundial e é aquela da qual as equipes têm mais dados de referência, desde o tempo em que ainda era permitido treinar durante o campeonato e esses treinos invariavelmente aconteciam ali. Há um importante desconto a ser feito por conta da proibição do chamado escapamento aerodinâmico, em que os gases eram expelidos para baixo do carro em direção à traseira, onde está o extrator. Deve dar uma diferença razoável.Isso é o que tem feito a diferença até na forma de pilotar. A traseira dos carros está bem mais solta, e vai continuar até os pilotos se acostumarem. Que o diga Jules Bianchi, novo piloto de testes da Force India, que bateu o carro nas primeiras voltas em Jerez. A novidade mais esperada em Barcelona é o novo modelo da Mercedes, a única das equipes grandes que só andou com carro antigo. E se o W03 que apareceu em Silverstone, quinta-feira, para um "shake down'', limitado pela FIA a um máximo de 100 quilômetros, for o mesmo da próxima terça-feira em Barcelona, terá um degrau que parece ser mais atenuado do adotado pela maioria das equipes, em função do novo limite de 55 centímetros de altura do bico em relação ao assoalho. Será consequência de o conjunto motor-câmbio já ter um centro de gravidade mais baixo que os demais? Mais fácil acreditar nisso do que numa eventual troca de informações, mesmo informal, entre os engenheiros de duas equipes que utilizam o mesmo motor. O fato é que, ao contrário do que previram os projetistas, o tal degrau, mesmo tanto tempo depois de ter aparecido em quase todos os carros, ainda causa estranheza. No caso da Red Bull causa desconfiança entre as rivais por ter sido usado como uma tomada de ar extra. De terça a sexta vamos ver um duelo entre as quatro grandes, duas com degrau (Ferrari e Red Bull), uma com degrau, ao que parece, atenuado (Mercedes), e sem degrau (McLaren). Vale observar com atenção dois carros que apareceram muito bem no treino de duas semanas atrás em Jerez - o da Lotus e o da Toro Rosso - e tentar tirar as muitas dúvidas que a Ferrari deixou. Nova geração. Apesar de disporem de várias opções nas negociações, Luis Felipe Nasr e Lucas Foresti, dois dos pilotos de uma geração que promete ser o futuro brasileiro na F-1, acabaram assinando com a mesma equipe, a DAMS. Ambos naturais de Brasília, foram rivais na F-3 britânica no ano passado, mas agora, embora na mesma equipe, cada um escolheu caminho diferente. Foresti vai correr na World Series e Nasr, na GP2. A World Series, com motor de 550 HP, pneu Michelin e este ano com asa móvel igual à da F-1, tem 9 rodadas duplas, exceto a prova de Mônaco, que é única. A GP2 tem motor de 612 HP e usa o mesmo pneu Pirelli da F-1, com o campeonato também disputado em 9 rodadas duplas, todas preliminares dos GPs, inclusive Mônaco. Desta vez, quando estiver em Mônaco, não vou despregar o olho da pista.

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