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Prefeitura de São Caetano apaga homenagem ao ginasta Arthur Zanetti

Subsecretaria Municipal de Comunicação informa que obra 'não foi feita para durar para sempre' e era impossível 'uma restauração'; campeão olímpico não foi informado

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Arthur Zanetti com os braços erguidos. A bandeira do Brasil como símbolo da conquista da medalha de ouro nas argolas nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. É impossível não notar o painel de 12 metros de altura na parede lateral da Secretaria de Educação de São Caetano, cruzamento da Avenida Goiás, principal via da cidade, com a Rua Oswaldo Cruz. Ou melhor, era impossível.

A obra do artista plástico Aleksandro Reis, confeccionada em 2016, foi apagada. A reportagem do Estadão esteve no local na terça-feira, quando o serviço estava sendo finalizado e não era mais possível ver o desenho que eternizava o ginasta. Restou, esquecida, apenas uma placa com uma descrição do que não está mais ali.

O antes, com o desenho de Arthur Zanetti, e depois, agora só com uma placa que ainda faz referência à obra Foto: Montagem com fotos de Alexandre Yort/PMSCS e Marcius Azevedo / Estadão

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A Subsecretaria Municipal de Comunicação de São Caetano informou ao ser questionada pelo Estadão que era uma obra pontual, parte da comemoração pela passagem da Tocha Olímpica, em julho de 2016, antes da Olimpíada do Rio. Além disso, não era possível restaurá-la.

"A intervenção artística foi criada por Aleksandro Reis como contribuição para o evento histórico da passagem da Tocha Olímpica pela cidade, que ocorreu no dia 23 de julho de 2016. Não foi feita para durar para sempre, pela exposição ao clima e ao tempo. A imagem já estava deteriorada", respondeu, em nota. "O próprio artista considerou ser inviável uma restauração", acrescentou.

A resposta enviada ao Estadão ainda informou que "o projeto é ter outras imagens, outras intervenções artísticas, ali periodicamente, que representem outros aspectos da história e da cultura de São Caetano."

Faltou apenas um detalhe. Avisar ao homenageado. A reportagem entrou em contato com Zanetti, enviando inclusive uma imagem da parede onde estava o painel agora toda pintada com tinta branca. O ginasta afirmou que não sabia que o desenho havia sido apagado, mas que iria se 'informar sobre o ocorrido' antes de se posicionar. Após ler a explicação da Secom por intermédio da reportagem, ele preferiu não comentar.

Mais calmo, nesta quinta-feira, Zanetti enviou uma resposta ao Estadão por intermédio de sua assessoria de imprensa. "Antes de tudo, serei eternamente grato à homenagem que foi concebida para mim na minha cidade natal. Ter tido um painel de cerca de 12 metros me representando, na parede lateral da Secretaria de Educação de São Caetano é mais uma das honras que levarei comigo. De qualquer forma, fica aqui o meu agradecimento pela homenagem e pelo carinho que o povo de São Caetano do Sul sempre teve por mim. Todas as minhas conquistas nasceram aqui. E essa homenagem é mais uma que levarei comigo", afirmou. 

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O Estadão apurou que antes da decisão pela remoção do desenho se discutiu confeccionar outra arte com Arthur Zanetti em algum ponto da cidade, mas essa ideia não avançou. Para o local onde estava o ginasta existia possibilidade da colocação de uma imagem de Albert Einstein, já que o local se tornou a Secretaria de Educação, porém nada foi decidido. 

Vale lembrar que Arthur Zanetti ainda é atleta de São Caetano. Ele esteve recentemente treinando no Rio de Janeiro, com o grupo da seleção brasileira de ginástica. O calendário deste ano apresenta uma importante competição em junho: o Campeonato Pan-Americano, ainda sem sede definida. O evento é classificatório para o Mundial por Equipes de Liverpool, na Inglaterra, que começa no final de outubro.

Em 2018, o ginasta se tornou Cidadão Emérito de São Caetano, em solenidade na Câmara da cidade. Zanetti treina no ABC desde quando começou na ginástica, aos sete anos.

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