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Presidente da Uefa admite fazer final da Liga dos Campeões fora da Europa

'Acho que poderia ser uma ideia para o futuro, mas temos que discutir', afirma

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Por Redação
Atualização:

A final de uma futura edição da Liga dos Campeões pode ser jogada pela primeira vez fora da Europa, disse o novo presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, nesta quinta-feira. Em entrevista à agência de notícias The Associated Press, ele disse que vai implementar um processo de candidaturas abertas para eleger a sede da final, e revelou que é receptivo à possibilidade de o jogo ser realizado em Nova York.

"Eu acho que poderia ser uma ideia para o futuro, mas temos que discutir", disse Ceferin, observando que o tempo de voo dentro da Europa pode ser tão longo como até os Estados Unidos. "Ir de Portugal para o Azerbaijão é quase o mesmo ou o mesmo que ir a Nova York. Para os torcedores não é nenhum problema, mas precisamos ver. É uma competição europeia, então tem que analisar".

Aleksander Ceferin, presidente da Uefa Foto: Jean-Christophe Bott/AP

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Até agora, a Uefa define o palco da final sem um processo aberto de candidaturas. "O processo de candidaturas deve ser muito transparente, porque não é correto você receber a final da Liga dos Campeões ou da Liga Europa como um favor político", disse. "Com um processo de candidaturas claro e transparente, também estou cuidando de mim e minha administração, porque se alguém tenta se comunicar com a gente, nos pressiona para pedir esse favor, então temos uma resposta muito clara: 'Sinto muito, existem regras claras e não podemos fazer'".

Em sua primeira entrevista profunda desde que sucedeu Michel Platini como presidente da Uefa no mês passado, Ceferin se mostrou disposto a inovar, sem afetar as lucrativas competições da entidade. "A Liga dos Campeões é o melhor produto esportivo do mundo", disse.

Porém, o ex-presidente da Federação Eslovena de Futebol descartou mudar o horário das partidas da competição para aumentar a penetração no mercado asiático - atualmente os jogos ocorrem no horário da madrugada no continente.

"Não é algo ideal de um ponto de vista financeiro", disse. "Também temos que pensar em outros mercados, mas não tenho certeza de como fazer. A China é interessante do ponto de vista financeiro, e os Estados Unidos são interessantes não só economicamente, com o futebol lá em crescimento".

Nesse momento, apenas a final é jogada em um sábado, mas há uma possibilidade de as semifinais também passarem para o final de semana, revelou Ceferin. "Há algumas ideias sobre isso, porque então a China não está dormindo porque é sábado e você pode ver. Mas há muitos problemas relacionados com isso, devido ao calendário das ligas. As ligas nacionais são muito importantes", disse. "É uma ideia que surgiu, mas é prematuro demais dizer algo concreto sobre isso".

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Além de contemplar alterações na Liga dos Campeões, Ceferin também está envolvido em negociações sobre a possível expansão da Copa do Mundo. Em sua primeira reunião no Conselho da Fifa na semana passada, ele ouviu a proposta do presidente da entidade, Gianni Infantino, para expandir o torneio de 32 para 48 seleções.

"Não queremos votar isso, porque é muito prematuro", disse Ceferin. "Nós simplesmente não recebemos qualquer informação. Nada. Somente a pergunta se devemos expandir ou não. Nós dissemos que nós não podemos decidir".

A Uefa também aceitou a proposta de que a Copa do Mundo não seja realizada na região das duas edições anteriores, o que deixa a Europa fora da disputa pelo evento de 2026. O dirigente deu a entender que a provável candidatura conjunta de Estados Unidos, México e Canadá pode ter seu apreço.

"Seria difícil para mim dizer se é melhor que seja na América do Norte ou na África", indicou Ceferin. "Mas levando em conta as capacidades de infraestrutura, a África provavelmente teria dificuldades para apresentar uma candidatura séria".