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Presidente do COI anuncia fim de investigação contra Havelange

Por KAROLOS GROHMANN
Atualização:

O Comitê Olímpico Internacional (COI) arquivou a investigação contra o brasileiro João Havelange, ex-presidente da Fifa, que renunciou a seu cargo no COI dias antes de uma audiência que analisaria sua conduta, disse à Reuters o presidente da entidade, Jacques Rogge, nesta terça-feira. Havelange, de 95 anos, comandou a Fifa entre 1974 e 98. Ele estava sendo investigado no COI por causa de supostas irregularidades nas suas relações com a empresa ISL, que já foi a agência de marketing da Fifa. O dirigente, que passou 48 anos no COI, entregou a carta de renúncia a Rogge no momento em que o comitê executivo da entidade preparava uma reunião para discutir as conclusões do comitê de ética a respeito de três integrantes, inclusive Havelange. Rogge disse à Reuters, em entrevista exclusiva, que na carta Havelange aludia a "questões de saúde (...) que o impediam de viajar". Questionado sobre se a renúncia, apenas dois dias antes da audiência, seria uma admissão implícita de culpa, Rogge disse que isso é apenas especulação. "Para mim, a renúncia se baseia na saúde e na idade", afirmou, acrescentando que, no que diz respeito ao COI, a investigação sobre Havelange está encerrada, já que ele não participa mais da entidade olímpica. A ISL faliu em 2001, deixando dívidas de cerca de 300 milhões de dólares. O programa Panorama, da emissora britânica BBC, afirmou em 2010 que Havelange havia recebido dinheiro da ISL em troca da concessão de lucrativos contratos relacionados às Copas do Mundo. Os outros dois dirigentes envolvidos no caso são Lamine Diack e Issa Hayatou, e o COI deve se pronunciar na quinta-feira a respeito deles. Rogge, que assumiu a presidência do COI em 2001, depois de um grave escândalo de corrupção relativo à Olimpíada de Inverno de Salt Lake City, afirmou que as grandes organizações esportivas precisam ser financeiramente transparentes. "As organizações esportivas organizam o esporte, mas também administram grandes orçamentos, e a forma como esses orçamentos são geridos precisa de transparência, e isso vale para todos." "A Fifa (responsável pelo futebol) está iniciando uma grande reformulação, o que é uma coisa boa. A Fifa também prometeu adaptar sua governança, e isso é um ótimo sinal", afirmou o belga, que deixará o cargo em 2013. "Minha responsabilidade é gerir o COI, e, sim, vamos implementar nossas regras e regulamentos. Não me peça para apontar o dedo para outras organizações."

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