PUBLICIDADE

Presidente do COI diz que Rio 'deve acelerar' as obras

Relatório da entidade aponta que apenas metade dos projetos está em dia

Por ARIEL PALACIOS
Atualização:

BUENOS AIRES - O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, afirmou nesta quarta-feira que o Rio "deve acelerar" algumas obras para estar pronto para receber a Olimpíada de 2016. Durante entrevista coletiva em Buenos Aires, na Argentina, o dirigente belga sustentou que ele e os membros da entidade possuem boas expectativas sobre as tarefas pendentes na cidade brasileira: "Somos otimistas de que serão feitas".Na sequência, porém, Rogge fez uma ressalva. "Mas não podemos esquecer que o tempo passa rápido", disse o presidente do COI, levantando uma sobrancelha em sutil sinal de alerta sobre o prazo que resta na preparação para o Rio.Um relatório interno do COI, divulgado na semana passada pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostrou a preocupação da entidade com o atraso na preparação do Rio, apontando que apenas metade dos projetos estaria em dia. Mas, publicamente, os dirigentes mostram confiança de que os prazos serão cumpridos.Em sua última coletiva de imprensa como presidente do COI, Rogge, que passará seu cargo a um sucessor que será escolhido na terça-feira em Buenos Aires, evitou qualquer comentário sobre as chances das três candidatas que disputam a sede dos Jogos de 2020 em eleição marcada para sábado (Madri, Istambul e Tóquio). Ele afirmou que a entidade "não decide pela situação atual" de uma cidade ou um país. "Mas, sim, pela projeção de como estará daqui a sete anos", avisou.Rogge declarou que os maiores desafios do novo presidente do COI serão a organização de bons Jogos Olímpicos, a luta contra o doping e assegurar financiamento necessário para a entidade. No entanto, admitiu que "o doping nunca desaparecerá totalmente". "Infelizmente, é como a criminalidade em relação à sociedade", lamentou.Fazendo um balanço sobre os 12 anos em que esteve no comando do COI, Rogge disse que "nem sempre" se divertiu na liderança da entidade. Mas admitiu que "sempre" foi excitante. Segundo ele, sua partida o "emociona". Mas vai embora "sem nostalgia". Depois, em tom irônico, afirmou que a única coisa que não conseguiu realizar com sucesso nesse período foi seu desejo de "dormir de forma suficiente e deitar em horas decentes".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.