
20 de novembro de 2012 | 02h07
O motivo da escolha é simples. Décio Perin e Wlademir Pescarmona, outros candidatos à presidência, teriam apoio de ex-presidentes que sofrem uma forte resistência no clube, como Affonso Della Monica, Mustafá Contursi e Luiz Gonzaga Belluzzo. Sendo eleitos, trariam os dirigentes de volta ao poder e, junto com eles, o ranço de más gestões anteriores.
Embora a ideia conte com vários defensores, não será fácil colocá-la em prática. Perin admite que pode abrir mão da candidatura, mas acha difícil que Paulo Nobre aceite se aliar a eles.
"Acredito ser possível a aliança, mas é improvável, na minha opinião. A chapa do Paulo Nobre não aceitaria se aliar com a gente", disse Perin ao Estado. Já Pescarmona mostra mais otimismo. "Chegou a hora de deixarmos de lado as vaidades e nos unirmos pelo bem do clube. Chegamos ao fundo do poço."
Nos bastidores do Palmeiras, é consenso que Paulo Nobre ainda é uma grande incógnita, mas que não tem rejeição. Como o momento político é um dos mais turbulentos dos últimos anos, conseguir um candidato que não tenha rixa já é um grande passo para tentar a difícil missão de pacificar o clube.
Além disso, Paulo Nobre tem conversado com conselheiros e demonstrado ideias que agradam até mesmo quem era contra e o considerava alguém despreparado e sem vínculo com o clube. Uma das propostas é a profissionalização do futebol e a desvinculação com o clube social.
Um dos projetos de Nobre seria a contratação de diretores remunerados, com boa bagagem no mercado, para gerenciar o futebol ao seu lado sem nenhuma interferência de dirigentes do clube. O modelo teria como base a gestão da Parmalat que tinha amplo poder na administração do futebol.
Amanhã, os candidatos vão se reunir com o presidente Arnaldo Tirone para saberem como está realmente a situação financeira do clube e dar início ao processo de transição. Novas reuniões serão feitas até a eleição. Tirone ainda não decidiu se vai se candidatar, mas já confidenciou para amigos que não deve tentar a reeleição.
É forte também a pressão para antecipar as eleições presidenciais. Ontem, o conselheiro José Corona Neto protocolou no Conselho Deliberativo um pedido para que a votação, em que será eleito um novo presidente, fosse realizada em dezembro.
Entretanto, é difícil conseguir reverter a decisão, já que para isso teriam de ser realizadas diversas reuniões e mudanças estatuárias que, por causa do calendário, não seriam finalizadas a tempo para antecipar o pleito
Como a mudança de data é difícil, a ideia seria que Paulo Nobre montasse sua equipe e junto com a atual gestão desse início ao processo de reorganização do elenco para 2013. Mas, para tudo isso ter um final feliz, será necessário que mais do que o discurso, as atitudes sejam de dirigentes que querem a paz.
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