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Prioridade de Ganso é o São Paulo

Depois de se acertar com o Grêmio, meia santista garante que sua preferência é mesmo o tricolor paulista; a negociação deve ser concluída ainda hoje

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Por Fernando Faro e Paulo Galdieri
Atualização:

Paulo Henrique Ganso bateu o pé e recolocou o São Paulo como seu destino. Depois de ver Santos e Grêmio alinhavarem uma negociação e até o DIS, representante e dono de 55% dos direitos econômicos do jogador, sentar para conversar com o clube gaúcho, o meia foi claro com todas as partes: sua vontade é jogar pela equipe do Morumbi.O pronunciamento de Ganso aos envolvidos deu vida nova ao São Paulo. Ontem, pela primeira vez desde que toda a novela começou, representantes dos dois clubes e do DIS se reuniram para definir as bases de um acordo, que deve ser anunciado nos próximos dias. O encontro, que não havia se encerrado até o fechamento desta edição, serviria para que o Santos, representado por um dirigente designado pelo presidente Luis Alvaro Ribeiro, ouvisse oficialmente da boca dos cartolas do São Paulo (apoiados pelo estafe do DIS) a proposta derradeira que chegaria aos R$ 23, 8 milhões por 45% dos direitos econômicos do meia.O clube do Morumbi já quase não contava com essa reviravolta. A cúpula são-paulina começou o dia pessimista e impressionada com a força com que o Grêmio entrara na negociação e apostava sua permanência na disputa somente baseada na vontade de Ganso, até então não tão explícita a favor do Morumbi. O presidente Juvenal Juvêncio sabia do desejo do jogador e confiava que a vontade acabaria falando mais alto na hora da decisão. Não estava errado.Além disso, o processo eleitoral gremista também tem tido sua parcela de interferência no imbróglio. Houve repercussão negativa internamente no Grêmio a informação de que a empreiteira OAS, responsável pela construção do novo estádio do clube, estaria entre os investidores e que isso poderia ser uma jogada eleitoral da atual situação que tenta a reeleição - a disputa eleitoral tem sido ferrenha contra o ex-presidente do Clube dos 13 e do Grêmio Fabio Koff. O presidente Paulo Odone, questionado pelo Estado, negou que a OAS seja uma das financiadoras do dinheiro que o clube usaria para pagar os R$ 23,8 milhões ao Santos, e que tinha um encontro marcado para segunda-feira com o presidente santista para tentar fechar o negócio. Luis Alvaro, que tem bom relacionamento com Odone, sempre foi amplamente favorável a mandar Ganso para o Sul em vez de reforçar um rival regional.O desfecho que se encaminhou para um final feliz pelos lados do Morumbi na noite de ontem foi o capítulo final de um grande quebra-cabeça envolvendo o atleta, o Tricolor, o Grêmio, o DIS e o Santos, que ganhou contornos imprevisíveis desde a entrada dos gaúchos no negócio, na quinta-feira.Ao saber que Luis Alvaro Ribeiro desistiria de exigir o pagamento integral da multa e aceitaria receber os R$23,8 milhões pelos 45% dos direitos, Odone entrou em contato para alinhavar uma proposta que agradasse ao santista. O diretor de futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe, chegou a anunciar que tinha um acordo e restavam pequenos detalhes.De titular e camisa 10 da seleção a atleta contestado em seu próprio clube, Ganso chegará ao Morumbi, não só para recolocar o São Paulo na trilha das grandes conquistas, mas também para dar um rumo à própria carreira.

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