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Problemas no Engenhão causam empurra-empurra

Botafogo, Prefeitura e empreiteiras não assumem responsabilidade pelos problemas estruturais do estádio

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Por Leonardo Maia
Atualização:

/ RIOMenos de três anos e mais de R$ 400 milhões depois, o Estádio Municipal João Havelange, o Engenhão, virou objeto de discórdia entre a Prefeitura, o Botafogo e o consórcio de empreiteiras que ergueu o estádio. O local, que está sob administração do clube por um período de 20 anos (a contar de 2007), tem problemas estruturais e as partes discutem quem deve arcar com os custos para solucioná-los.A questão central passa a ser, portanto, como uma obra dispendiosa ? e que tem dado pouco retorno financeiro ao Botafogo ? inaugurada há tão pouco tempo, pode sofrer com problemas de deterioração tão cedo?O Estado procurou a Rio-Urbe (Empresa Municipal de Urbanização), a Secretaria Municipal de Obras e o próprio prefeito Eduardo Paes para levantar essa e outra questão: os materiais utilizados no Engenhão (que custou R$ 405 milhões aos cofres públicos) eram de qualidade adequada, condizente com a magnitude do projeto?Seguiu-se um jogo de empurra, assim como aquele que está sendo protagonizado por Prefeitura, Botafogo e as empreiteiras.Por fim, a assessoria de Eduardo Paes informou que o prefeito, única pessoa autorizada a tratar do assunto, falará apenas depois de uma reunião entre as partes, amanhã.Apenas o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, esteve disponível para comentar o imbróglio. Segundo Assumpção, o Engenhão não sofre com problemas estruturais graves e não oferece qualquer risco a jogadores ou torcedores."Não sou louco de brincar com uma coisa dessas. Até porque quem pagaria a conta depois seria o clube, seria eu. O estádio é seguro. Os problemas são vazamentos, goteiras e outros pequenos problemas estruturais que, segundo o próprio contrato de concessão, deveriam ser custeados pelo consórcio de empreiteiras que construiu o estádio", comentou o presidente botafoguense.De acordo com Assumpção, sua administração recebeu o estádio, em 2008, com diversas irregularidades, como parcelas do seguro e do aluguel em atraso.Desde então, tudo foi solucionado e o clube estaria em dia com a Prefeitura ? a qual paga R$ 39 mil por mês de aluguel e gasta cerca de R$ 400 mil por mês com a manutenção ?, além de ter renovado o seguro por valores melhores que o anterior."Estamos mantendo um patrimônio que sequer é do clube. É um ótimo negócio para a Prefeitura", notou o presidente Maurício Assumpção.

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