Projeto reforça equipe paraolímpica

O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) se beneficia da Lei Piva e já começa a investir em atletas para os Jogos de 2004, em Atenas.

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Por Agencia Estado
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O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) foi mais rápido que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e já usa as verbas da Lei Piva para apoiar atletas e estimular a prática esportiva. Desde agosto, os 28 atletas que ganharam medalhas na Paraolimpíada de Sydney, em 2000, recebem bolsas de até R$ 3 mil para poderem se dedicar apenas aos treinos. Nesta quarta-feira, em Brasília, o CPB anunciou a criação do Projeto Brasil Paraolímpico, que tem como meta principal pôr o País entre os 20 primeiros nos Jogos de Atenas, em 2004, e torná-lo a terceira força paraolímpica das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá. O advogado Vital Severino Neto, presidente do CPB, explica que o uso das verbas da Lei Piva, que destina ao esporte 2% do dinheiro arrecadado em loterias, foi possível após um contato com o Tribunal de Contas da União (TCU), que deve votar nesta quinta-feira a regulamentação da prestação de contas das verbas. "Se não tivéssemos usado o dinheiro em agosto, teríamos fechado as portas. Seria um absurdo ter o dinheiro e não poder usar." À espera da regulamentação, o COB não começou a usar a verba. "Mas já negocia com as confederações a utilização do dinheiro. Acho que o conceito de bolsa-atleta deve ser seguido", diz Lars Grael, secretário nacional de Esportes. No CPB, a verba financiará uma revolução. Em 1999, o orçamento foi de cerca de R$ 1 milhão. Em 2000, com alguns contratos de patrocínio e a verba governamental maior por causa da Paraolimpíada, subiu para R$ 5,5 milhões. Em 2002, a previsão é de que só a verba da Lei Piva ultrapasse R$ 7 milhões - acrescidos de dotação orçamentária do Ministério do Esporte e Turismo e do patrocínio do Banco do Brasil. Futuro - Com o dinheiro, o CPB pretende ter uma equipe paraolímpica permanente e anunciou a criação do Circuito Brasil Paraolímpico, que ocorrerá ao longo de 2002: uma série de competições, dividida por cinco regiões do País, que classificará os melhores para dois Grandes Prêmios, um por semestre. O CPB quer movimentar 3.200 atletas em dez modalidades. No fim do ano, os Jogos Brasileiros Paradesportivos, uma Paraolimpíada nacional, ainda sem local definido, com a participação dos melhores atletas do País em cada modalidade, definirá os membros da equipe paraolímpica permanente e reavaliará os que ganharam a bolsa-atleta.

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