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Quase cinquentão, Kelly Slater faz história ao ganhar etapa de surfe em Pipeline

Considerado o maior surfista de todos os tempos, veterano de 49 anos assume a liderança do ranking mundial com vitória épica

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Por Paulo Favero
Atualização:

O surfista Kelly Slater, de 49 anos, conquistou a primeira etapa do Circuito Mundial de Surfe em Pipeline, no Havaí. O veterano 11 vezes campeão mundial ganhou o evento pela oitava vez em sua carreira, sendo que a primeira foi em 1992 e a mais recente havia sido em 2013. Na final, ele superou o havaiano Seth Moniz por 18,77 a 12,53.

Slater deu um show na decisão em Pipeline, marcada por ondas bem grandes e perigosas. Com ótimos tubos, ele levantou a torcida presente na areia da praia com seu estilo arrojado. Além disso, mostrou que não iria abrir mão do resultado ao disputar na remada com seus adversários, como Miguel Pupo na semi e Moniz na final.

Kelly Slater em ação em Pipeline Foto: Brent Bielmann/WSL

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Slater festejou como se fosse seu primeiro título e parecia um iniciante comemorando. Logo que acabou a bateria, abraçou Moniz e chorou. Depois veio para a areia da praia, foi ovacionado e carregado nos ombros, inclusive pelo seu adversário na final. "Eu comprometi minha vida com isso, é incrível", disse Slater, às lágrimas. "Isso que faz o esporte ser tão incrível", continuou.

Considerado o maior surfista de todos os tempos, Slater na semifinal havia despachado o brasileiro Miguel Pupo, que cometeu uma interferência no início da bateria e deixou o caminho mais fácil para o adversário. Outro brasileiro, Caio Ibelli, também caiu na semifinal e assim como Miguel ficou na terceira posição no evento.

A façanha de Slater foi bastante comemorada pelo surfista, que fará 50 anos na próxima sexta-feira, data que tem início a segunda etapa da temporada, em Sunset Beach, também no Havaí. Nos últimos anos, ele sofreu com algumas lesões e sua última vitória no Circuito Mundial havia sido em 2016, em Teahupoo, no Taiti.

O resultado coloca Slater como líder do ranking mundial. Faltam ainda muitas etapas, mas isso talvez faça com que ele repense sua caminhada no Circuito. Assumidamente anti-vacina, ele poderá perder eventos caso continue se recusando a tomar o imunizante contra a covid-19. Na Austrália, por exemplo, ele já foi avisado que não poderá competir caso não mude de postura.

BRASILEIROS EM PIPELINE

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Miguel Pupo e Caio Ibelli foram os brasileiros que mais longe chegaram na etapa de Pipeline. Eles pararam na semifinal e ficaram com a terceira posição. "Queria começar o ano bem, veio uma terceira colocação e estou feliz. Agora vai ter a etapa de Sunset, não posso deixar a peteca cair. Amanhã já vou treinar novamente", disse Miguel.

Ele elogiou a postura de seu irmão Samuel Pupo, que caiu nas quartas de final, mas garantiu uma quinta colocação justamente em sua estreia na elite. "Meu irmão começou bem, ganhou de vários nomes importantes como o Jordy Smith, muita gente ficou surpresa, mas eu já esperava esse ótimo desempenho dele", continuou Miguel.

Outros brasileiros acabaram ficando pelo caminho, como o campeão mundial de 2019 e campeão olímpico Italo Ferreira, e o vice mundial do ano passado, Filipe Toledo. Gabriel Medina, tricampeão mundial, abriu mão de disputar a etapa em Pipeline para cuidar de sua saúde mental.

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