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Quem é o melhor?

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Por Marcos Caetano
Atualização:

Quem é o melhor, entre os centroavantes que atuam no País? Se nas últimas temporadas essa pergunta não seria capaz de gerar debate acalorado, este ano o assunto rende horas de discussão nas mesas dos botecos - palco consagrado dos boleiros nacionais. O grande interesse pelo assunto foi incendiado, como não poderia deixar de ser, pela volta de Ronaldo aos gramados. É evidente que, se o critério de avaliação do melhor atacante for currículo, caso encerrado. Com duas conquistas de Mundiais na bagagem - além do imponente título de maior artilheiro da história das Copas, superando legendas como Fontaine, Gerd Müller e Pelé -, o Fenômeno é de longe o mais importante jogador em atividade no mundo. Ponto. No entanto, para a provocação desta coluna, vamos levar em conta não a fama, mas o rendimento dos craques. E, mesmo sob essa ótica, o ídolo corintiano continua sério candidato à eleição. Com quatro gols marcados em poucas partidas, e ainda assim sem jogar os 90 minutos em algumas delas, Ronaldo voltou a ser um atacante temido. Dos quatro gols, um de pênalti, com classe, um de cabeça contra o Palmeiras, nos acréscimos, e duas pinturas, contra São Caetano e Ponte Preta. Creio que, em breve, Dunga será obrigado a conviver com torcedores gritando o nome do craque nos jogos da seleção. Se o Fenômeno continua firme na luta para recuperar 70% de sua condição física e técnica, o que seria suficiente para devolver-lhe a 9 amarelinha, há outros atacantes no auge da forma e marcando gols de tudo quanto é jeito. Um deles é velho conhecido dos torcedores e recordista de gols em uma única edição do Brasileiro. Falo de Washington, que retornou ao Brasil no ano passado para brilhar no Flu, destacando-se na Libertadores e faturando a artilharia do Brasileirão. Agora no São Paulo, o Coração Valente mantém a performance goleadora, tanto no Paulistão quanto na Libertadores. Típico centroavante grandalhão, é capaz de, num mesmo jogo, irritar a torcida por perder gols feitos (demora muito para ajeitar o corpo e dominar a bola, antes de arrematar) para, logo em seguida, se consagrar com um golaço que decide a partida. O estilo clássico e "iluminado" do artilheiro coloca-o entre os mais efetivos do País. Outro centroavante em fase esplendorosa - e este ainda jovem, despontando -, é Keirrison, líder dos goleadores do Campeonato Paulista, com 12 gols, e artilheiro do Brasileirão 2008, ao lado justamente do seu rival do clássico deste final de semana: Washington. O K-9 brilhou no ano passado numa equipe de menor poder de fogo, o Coritiba. No Palmeiras, a seleção passa a ser um sonho real. O que acabo de escrever sobre Keirrison vale igualmente para Kléber Pereira, que também foi artilheiro do último Campeonato Brasileiro. A única diferença foi a contusão sofrida pelo matador santista, que interrompeu uma boa sequência de atuações e gols. Nada, entretanto, que possa impedir sua redenção na reta final do Paulistão. Até aqui, todos os candidatos à eleição atuam em São Paulo. Mas há uma exceção, um grande atacante mineiro, que acaba de trocar Lyon pelo Rio de Janeiro. O nome dele é Fred, joga pelo Fluminense, fez gol na última Copa, sonha com a volta à seleção, fez três gols em dois jogos com a camisa tricolor - e vai brigar com os outros quatro pelo título de melhor do País. Em quem eu aposto? Pela tradição, Ronaldo. Pela juventude, Keirrison e Kléber Pereira. Pelos companheiros de equipe, Washington e Fred. Parada duríssima. E os bons de chute são eles, não eu.

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