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Quem tem o melhor carro?

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Por Reginaldo Leme
Atualização:

A líder Red Bull e a esperançosa Ferrari já devem estar terminando o trabalho em cima das novidades que elas vão implantar em seus carros para tentar impedir a terceira vitória consecutiva da McLaren. Só que a Fórmula-1 volta justamente em Spa-Francorchamps, onde Lewis Hamilton ganhou fácil no ano passado. Aliás, o fato de ter vencido recentemente em dois circuitos de características diferentes, Nurburgring e Hungaroring, até pode ser uma indicação de que o carro da McLaren já é mais eficiente do que o da Red Bull, mas não dá para apostar nisso até a corrida de Spa, este sim, um circuito radicalmente diferente dos outros dois, além de muito mais veloz. A Pirelli definiu os tipos de pneus para as três próximas provas: médios (brancos) e macios (amarelos) para Bélgica e Itália, macios e supermacios (vermelhos) para Cingapura. Para a Ferrari é uma boa notícia não ter sido escalado o tipo duro (prateado), que, aliás, não deve mais ser usado este ano. Para Red Bull e McLaren, não faz grande diferença. Elas ganharam corridas com qualquer tipo de pneu, inclusive o prateado. A Ferrari só ganhou em Silverstone, graças a uma chuvinha que desobrigou as equipes de usar os dois tipos de pneus de pista seca, como manda a regra. Quando uma corrida começa com pista molhada, ainda que esta situação dure poucas voltas, é permitido usar apenas um tipo de pneu slick nas demais trocas durante a competição. Em Spa-Francorchamps, habitualmente sob baixas temperaturas, os pneus médios devem proporcionar um aquecimento mais rápido da borracha para ajudar a performance. Em Monza, circuito veloz, a mesma combinação dos dois tipos de pneu dará à importância à estratégia. E Cingapura é um circuito de rua, com características semelhantes ao do Canadá, embora bem mais lento, e a corrida é noturna. Portanto, cabe muito bem a escolha do supermacio, que só foi usado até agora em Mônaco, no Canadá e na Hungria. A Pirelli já antecipa a ideia de produzir um novo pneu, entre o médio e o macio e, portanto, no ano que vem o atual pneu médio, que é branco, deverá ser o mais duro nas corridas. O importante é manter entre cada composto de borracha uma diferença de performance que seja medida por um segundo no tempo de volta dos circuitos. Assim, a estratégia continuará fazendo a diferença, muitas vezes decidindo uma corrida. Fittipaldis. Esta semana eu gravei para o SporTV um "Linha de Chegada" com as quatro gerações de Fittipaldis nas pistas. Do patriarca Wilsão, o velho Barão que foi o primeiro a transmitir corridas de F-1 para o Brasil, ao bisneto Pietro, que veio de Miami especialmente para isso e voltou no mesmo dia porque neste domingo vai tentar a quarta vitória consecutiva em um campeonato de acesso à Nascar americana, do qual é líder. Foi muito bom ver a lucidez do velho Barão, aos 91 anos de idade, e a desenvoltura de Pietro, aos 15, e sabendo muito bem o que quer da vida. Chegar à categoria principal da Nascar é um sonho natural de quem nasceu nos Estados Unidos e vive como um americano, mas a F-1 está na mira do garoto. A conversa com Christian, Wilsinho, Emerson, Wilsão e Pietro foi uma prova de dedicação ao esporte a motor. O velho Barão transmitiu pela Rádio Panamericana uma corrida de Chico Landi na Itália em 1948, e 24 anos depois transmitiu a primeira conquista de título mundial de um brasileiro, e de um filho dele. Por sinal, Wilsinho acabou revelando um segredo: dois dias depois, Emerson confessou a ele e ao pai que estava pensando em encerrar ali mesmo a sua carreira. Numa época em que a F-1 era marcada por dois ou três acidentes fatais a cada ano, foi duro mudar a opinião do Emerson. Sabendo disso agora, 39 anos após aquela conquista que gerou tudo o que viríamos a conseguir nos anos seguintes, só podemos dizer: "ainda bem que eles conseguiram".

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