Rafting: um campeão mundial por acaso

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Por Agencia Estado
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Desde menino Fábio Ramos Lourenção brincava no Rio Jacaré Pepira, em Brotas, interior de São Paulo, sem nem imaginar que, aos 23 anos, seria campeão mundial de rafting. "Quando estava no colégio, um amigo me convidou para fazer um teste para ser instrutor de uma operadora de turismo aqui na minha cidade. Nunca havia praticado o rafting e passei no teste." Na época, Fábio foi instrutor de rapel, bóia-cross e trilhas até se especializar no rafting, sua grande paixão. No primeiro Campeonato Brasileiro de que participou, em 1998, foi vice-campeão e nunca mais parou de colecionar títulos. Hoje, é coordenador de rafting, da operadora Vida & Aventura, em Brotas. Na Copa Européia, na República Tcheca, em agosto passado, conquistou, com a equipe brasileira Bozo D?Água, o primeiro lugar na categoria sprint - prova mais rápida do rafting, com percurso de 800 metros -, à frente da Rússia e da Nova Zelândia. "Tomamos um susto, porque não treinamos nada. Os estrangeiros nem acreditavam", conta Lourenção. A equipe foi formada um mês antes, quando os rafteiros buscavam uma vaga para o Mundial." Inspirada pelo resultado, na semana seguinte a equipe brasileira com Fábio Ramos, Lucas Paulino da Silva, César Aparecido, Eduardo Furquim, Samuel Barbosa, Danilo César e Leonardo Muniz, confirmou o favoritismo na prova sprint e ainda chegou à final em outras categorias, como a slalon e a descense (ambas com 12 km e balizas), no Mundial de Rafting, em Lipno, também na República Tcheca. Com o resultado, o sexteto obteve a terceira posição no geral, atrás apenas dos tchecos e da Alemanha, a melhor equipe da modalidade. "O mais difícil foi achar quem bancasse a viagem." Com apoio da Prefeitura de Brotas e tirando do próprio bolso, os atletas amadores pagaram a viagem. "Vamos ver se com o título conseguimos algum retorno, pois a realidade no Brasil é outra. No exterior, o rafting é reconhecido e visto como esporte profissional", diz o campeão.

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