Raphaella é bronze, e tae kwon do brasileiro não evolui

Com 2 bronzes, luta teve rendimento pior que a esgrima

Publicidade

PUBLICIDADE

Por Demetrio Vecchioli

Há exatos 10 anos, o Brasil ganhou seu primeiro título mundial no tae kwon do. Há sete, foi ao pódio pela primeira vez nos Jogos Olímpicos. Nesse período, entretanto, a modalidade perdeu a oportunidade de evoluir no País. A prova disso vem nos Jogos Pan-Americanos, com a conquista de apenas duas medalhas, ambas de bronze. Até a esgrima, esporte no qual o Brasil nunca chegou perto do pódio em Mundial ou Olimpíada, foi melhor.

Afinal, em seis disputas individuais, o Brasil ganhou três medalhas de bronze na esgrima. A tendência é ir ao pódio mais vezes, nas competições por equipes, que começam nesta quinta-feira e vão até o sábado. No tae kwon do não existe a disputa por equipes, mas são oito categorias de peso - quatro masculinas, quatro femininas. O Brasil enviou o que tinha de melhor e faturou apenas duas medalhas de bronze. A primeira com Iris Tang (até 49kg), domingo. A segunda e última com Raphaella Galacho, nesta quarta-feira, na categoria pesado (mais de 67kg).

Galacho precisou fazer apenas três lutas para ganhar a medalha. Estreou vencendo a dominicana Katherine Rodriguez, perdeu da norte-americana Jackie Galloway na semifinal, mas reagiu na decisão do bronze, vencendo a fraca canadense Nathalie Ilesco. O outro brasileiro a competir nesta quarta-feira foi Guilherme Felix. O peso pesado, que ganhou fama pela duras críticas que fez à possibilidade (já descartada) de Anderson Silva lutar a Olimpíada, perdeu logo na estreia, para o argentino Martin Sio.

O resultado do tae kwon do brasileiro no Pan é preocupante porque tem reflexo direto na corrida olímpica. A federação internacional (WTF) deu quatro convites para o Brasil na Olimpíada, mas não permite ao país-sede disputar os Pré-Olímpicos. Novas vagas, só para os brasileiros que fecharem o ranking olímpico entre os seis primeiros.

Continua após a publicidade

O Pan tem peso quatro no ranking, metade do que o Grand Prix (um evento que reúne apenas os 16 melhores do mundo em cada categoria), mas quatro vezes mais do que quase todos os eventos do Circuito Mundial. Só Iris Tang está na zona de classificação para a Olimpíada. É a sexta colocada e deve subir depois do bronze no Pan. Raphaella ocupa a 19.ª colocação, mas com pouco mais de um terço dos pontos do que a sexta colocada. Em 18.º lugar, Guilherme Felix ainda sonhava com a vaga direta. Agora, deve ficar impossível.