Rebelo cogita acionar Policia Federal após ato racista contra judoca

Ministro do Esporte afirmou ser necessário investigar ofensas contra Rafaela Silva pelo Twitter e já estuda quais medidas serão tomadas

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Por Wilson Baldini
Atualização:

LONDRES - O governo federal se sensibilizou com as agressões sofridas por Rafaela Silva em seu Twitter. A judoca foi alvo de manifestações de racismo em comentários feitos após sua derrota nos Jogos de Londres, na segunda-feira. O Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou que iria pedir a intervenção da Polícia Federal no caso.O Comitê Olímpico Brasileiro colocou seu departamento jurídico à disposição da atleta, assim como a Confederação Brasileira de Judô. "O Brasil é um país multirracial e não se deve admitir e tolerar, sob nenhuma hipótese, atitudes que estimulem qualquer tipo de segregação", afirmou o COB, em nota oficial, divulgada nesta terça."A Missão Brasileira em Londres, prestando auxílio jurídico a atleta, consultou o departamento jurídico do COB sobre as medidas legais que possam ser tomadas", completou a entidade. Mas, segundo a assessoria de imprensa das duas entidades, Rafaela não tem interesse de prosseguir com o caso.Rafaela, de 20 anos, foi alvo de atitudes racistas no Twitter após ser derrotada nas oitavas de final da categoria até 57kg. Uma das esperanças de medalha no judô, ela foi desclassificada por ter aplicado golpe irregular na húngara Hedvig Karakas. Nas redes sociais, internautas atacaram a atleta com críticas ácidas, que resvalaram no racismo. "Você não é melhor do que ninguém porque é negra", dizia uma das mensagens. Rafaela chegou a rebater alguns comentários, via Twitter, antes de o Ministério do Esporte se manifestar sobre o assunto.A ameaça de intervenção policial no caso segue o exemplo dos britânicos, que prenderam nesta terça um jovem de 17 anos que enviou mensagens ofensivas, via Twitter, ao saltador local Tom Daley.

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