Recife recebe duelo de gigantes entre Espanha e Uruguai

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Por Raphael Ramos
Atualização:

Raríssimas vezes na história o torcedor brasileiro teve o privilégio de ver no País um duelo como o que será visto neste domingo, a partir das 19 horas, na Arena Pernambuco. Estarão em campo os atuais campeões do mundo e da América, Espanha e Uruguai. Não à toa, a procura por ingressos foi uma das maiores da Copa das Confederações -­ as entradas estão esgotadas - e a expectativa pela partida é enorme no Recife.A promessa é de um choque de altíssimo nível na abertura do Grupo B da competição. Um confronto de estilos. De um lado, os espanhóis com o seu insistente e envolvente toque de bola. Do outro, a força dos uruguaios, que marcam e partem para o contra-ataque com a eficiência de pouquíssimas seleções na atualidade.O favoritismo pende para a Espanha, que entrou definitivamente na rota do sucesso a partir de 2008, quando conquistou a Eurocopa e acabou com a sina de que sempre montava boas equipes, mas era incapaz de obter resultados expressivos. Depois, a seleção ainda conquistou o título inédito da Copa do Mundo em 2010 e mais uma vez a Eurocopa, no ano passado. Para completar a sua sala de troféus falta apenas a Copa das Confederações, torneio que os espanhóis decepcionaram em 2009, quando caíram na semifinal diante dos Estados Unidos, que na sequência foram derrotados pelo Brasil.O Uruguai também busca um título inédito. Mais do que isso, tenta provar para si mesmo que a sua volta ao grupo dos melhores do mundo não é passageira. O retorno à elite do futebol veio com o quarto lugar na Copa do Mundo de 2010 (melhor campanha desde o Mundial de 1970) e a consolidação no ano seguinte, com o título da Copa América. Mas a fase atual não é das melhores. Nas Eliminatórias para o Mundial, a Celeste ocupa a modesta quinta colocação, o que obrigaria a equipe a ter de disputar em novembro a repescagem contra um time asiático.A aposta para a partida deste domingo é que a raça de jogadores como Lugano e o talento de atletas como Luis Suárez e Cavani façam a seleção uruguaia superar as suas deficiências e surpreender. "Quanto menos espaço a Espanha tiver para jogar, melhor. Temos de ser compactos", avisou o meio-campista Gastón Ramírez.A tarefa, no entanto, não será nada fácil porque do outro lado estará um time com um vasto repertório de alternativas para derrubar os seus adversários. A Espanha é muito mais do que posse de bola. O time também prima pela eficiência com que o time ocupa os espaços, rouba a bola e parte ao ataque, por exemplo. A lista de protagonistas da seleção é extensa, com destaque para Xavi, Iniesta, Sergio Ramos e Piqué. São jogadores que dão suporte a atletas mais novos como Pedro, Javi Martínez e Jordi Alba. As opção são tantas que nem mesmo a ausência de nomes como Puyol e Xabi Alonso, machucados, é capaz de fragilizar a equipe.O técnico Vicente Del Bosque convocou nove jogadores do Barcelona e neste domingo deverão começar jogando nada menos do que oito atletas do time catalão. O seu maior mérito foi dar continuidade ao trabalho do antecessor Luis Aragonés e aprimorar a equipe com ajustes pontuais. A bem da verdade é que o DNA da seleção espanhola é o mesmo do Barcelona. O estilo de atuar dos dois times é baseado no controle da bola, no talento criativo e no jogo coletivo.É isso que o torcedor verá em campo neste domingo. Del Bosque sabe que a partida será bem diferente do amistoso que as duas equipes disputaram em fevereiro, no Catar, vencido pelos europeus por 3 a 1, sem grandes dificuldades. Para superar a forte defesa uruguaia, Del Bosque já avisou os seus jogadores que a Espanha terá de usar todos os seus recursos. E isso é bom para que admira o futebol bem jogado.

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