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Ressurge a estrela de Sharapova

Depois de um difícil 2007, russa vence o duelo das musas do tênis ao vencer a sérvia Ana Ivanovic por 2 a 0

Por Chiquinho Leite Moreira
Atualização:

A estrela de Maria Sharapova voltou a brilhar com o título do Aberto da Austrália de 2008. Menina prodígio, campeã de Wimbledon com apenas 17 anos, em 2004, repetiu o feito em 2006 no US Open, em Nova York, e nem assim a bela tenista russa fugiu de acusações de marqueteira, de privilegiar de sua beleza para assinar milionários contratos de publicidade. A vitória em Melbourne Park comprovou uma verdade: é uma tenista ganhadora, que levou com todos os méritos o 3º troféu de Grand Slam, ao bater a sérvia Ana Ivanovic, por 7/5 e 6/3, com direito ainda a superar no caminho, adversárias da qualidade de Lindsay Davenport, Elena Dementieva e Justine Henin. Sharapova voltou ao seu melhor, depois de passar 2007 sofrendo com dores no ombro direito. Apagou também a má imagem deixada na partida final do ano passado, quando venceu apenas três games na sua derrota para Serena Williams. Aos 20 anos, Maria Sharapova revela uma incrível maturidade, como deixou claro em seu fluente discurso na cerimônia de premiação. Revelou toda sua emoção e amizade ao dedicar o título para a mãe de seu treinador Michael Joyce, que morreu recentemente. Ainda lembrou de todo o apoio recebido pela lendária campeã Billie Jean King, dona de 39 troféus de simples e duplas de Grand Slam, de quem recebeu um e-mail de incentivo antes da final. Lembrou-se ainda de telefonar para a mãe, Yelena, que coincidentemente estava aniversariando e, por isso, a tenista iria destinar parte do cheque de US$ 1,2 milhão ganho pelo campeonato para "comprar um buquê de rosas". E não se esqueceu da adversária, Ana Ivanovic. "Ana é uma grande jogadora e tenho certeza de que ainda vamos nos encontrar em muitas decisões." Para a também bela Ana Ivanovic a frustração de ter desperdiçado a 2ª chance de um título de Grand Slam - perdeu a final de Roland Garros do ano passado para Justine Henin - foi compensada com a notícia de que amanhã vai aparecer como vice-líder do ranking da WTA. Também com 20 anos, a sérvia, por mais uma vez, foi vítima de seu emocional. Esteve nervosa, mas não desanimou. "Sou ainda muito jovem. Tenho muitas decisões de Grand Slam pela frente", disse. "Essa derrota machuca um pouco, mas acho que vou aprender com isso." Esse processo de aprendizado passou-se por Sharapova no ano passado. O problema no ombro a obrigou a chegar a Austrália com sessões diárias de fisioterapia, mas a russa vê nos sacrifícios o alimento para suas conquistas, como exemplificou ao referir-se à família e à conseqüente distância da mãe, tudo pelo seu sucesso nas quadras. "Jogo 18 torneios por ano, quatro deles de Grand Slam, com duração de duas semanas cada", disse. "Nem sempre podemos estar juntos. Sei que muitos têm curiosidade sobre minha mãe. Todos que a conhecem dizem que ela se parece com a Uma Thurman. Há fotos dela no meu site. Tenho viajado apenas com meu pai (Yuri). Sei que é estranho, mas este é o tipo de sacrifício que eu e minha família temos de fazer." Sharapova deixou sua mãe aos 10 anos para viver e treinar na Flórida. Aos 13, conheceu Billie Jean King em um torneio juvenil em Roehampton - próximo a Wimbledon - e desde então vem recebendo apoio da ex-campeã americana. "Se meu pai esquecer, eu vou lembrá-lo de mandar flores para minha mãe." Assim Sharapova encerrou a entrevista de campeã.

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