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'Rio 2016 talvez só como técnico', diz o mesa-tenista Hugo Hoyama

Atleta brasileiro que mais disputou Olimpíadas acha improvável disputar próximos Jogos

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Por Tiago Rogero
Atualização:

RIO - Atleta brasileiro que mais edições disputou de Jogos Olímpicos - seis, ao lado de Torben Grael -, Hugo Hoyama não sabe mais se vai disputar a Olimpíada do Rio, em 2016. Agora técnico da seleção brasileira feminina de tênis de mesa, ele contou ao Estado que “está bem mais propenso a participar em 2016 só como técnico”. O mesa-tenista de 43 anos, no entanto, continua treinando, ao menos por ora.Hoyama foi realista quanto à chance de medalha do Brasil em 2016 no tênis de mesa: “Muito difícil, principalmente no feminino”. Ele almeja conseguir ficar pelo menos entre as dez seleções melhor colocadas, o que seria inédito para o País. Esta semana, ele conquistou seu primeiro título como técnico: a seleção feminina conquistou medalha de ouro no Campeonato Latino-americano por equipes, em El Salvador.Você já descartou disputar como jogador os Jogos de 2016?Não é que descartei totalmente, mas estou bem mais propenso a participar em 2016 só como técnico. Mas este ano vou continuar treinando e jogando alguns torneios. Meu contrato com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) é para alguns dias do ano com a seleção feminina, não por um período integral. É uma maneira nova de trabalhar e para mim será muito bom.E por que decidiu aceitar o convite da CBTM para se tornar técnico?Tive uma primeira conversa com a CBTM. Depois, o Jean-René Mounie (técnico da seleção masculina) conversou comigo e me disse que eu poderia ajudar muito o tênis de mesa brasileiro. Então, vi que estava realmente na hora de eu poder passar essa ajuda. Além disso, fiz um contrato muito bom com a CBTM. Sei que posso continuar ajudando o tênis de mesa. Agora, como técnico, poderei também trabalhar mais para meu instituto Hugo Hoyama, cujo foco é colocar o tênis de mesa nas escolas e também o alto rendimento, com apoio das prefeituras e do ministério do Esporte.Como está sendo a transição de jogador para técnico?Como essa foi minha primeira vez, e num torneio importante, não foi fácil. No dia em que chegamos lá e as meninas começaram a treinar, me deu aquela vontade de participar também, mas acho que é normal. Coloquei na minha cabeça que, já que estou como técnico, vou poder ajudar. Foi importante conquistar esse título, embora para mim fosse mais ou menos uma obrigação.Por quê?Porque nessa competição o Brasil é sempre favorito. Eu sempre coloquei objetivos na minha carreira e ganhar aqui em El Salvador foi o primeiro como técnico. Sempre fui treinado assim, desde criança: ganhar era uma obrigação, sempre tive esse tipo de pressão sobre mim.A mudança é recente, mas como você definiria seu estilo como treinador? Cobra muito ou é mais paciente?Acho que estou no meio. Tem hora para ter paciência, ser mais duro e cobrar mais, isso vou adquirir no decorrer dos torneios. O bom é que conheço todas as meninas, a maioria das adversárias. Nesse torneio, já aconteceu de tudo. Tive de apoiar, de cobrar e dar bronca. Acho que o principal de tudo com as meninas é a parte psicológica, a motivação. Quanto mais motivadas estiverem, melhor vão jogar.O tênis de mesa brasileiro tem chance de medalha em 2016?É muito difícil, principalmente no feminino. Mas passo a passo vamos tentar elevar o nível, a posição das meninas no ranking. Meu principal objetivo é brigar por medalha no Pan de 2015, até hoje nunca conseguimos isso no feminino. Não quero tirar a confiança das meninas, mas lutar por medalha é muito difícil, principalmente por causa das chinesas. No masculino, acho que temos chances, mas também é difícil.Você tem uma meta para a seleção feminina em 2016?Ainda não sei como será o sistema da competição, mas ficar entre as dez melhores já seria um excelente resultado, nunca conseguimos isso.Os investimentos públicos no tênis de mesa aumentaram nos últimos anos?Melhorou, tanto é que o Gustavo Tsuboi já está treinando na França há dois, três meses. Para este ano, temos uma programação que inclui vários treinos e competições importantes, já é um primeiro caminho. Não é só ir nos campeonatos e competir, temos de pensar nos treinamentos, também.

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