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Rio de Janeiro será a capital das Américas em 2007

Cidade se prepara para o evento e promete superar desafios

Por Agencia Estado
Atualização:

Por 17 dias, o Brasil será o anfitrião de uma das mais importantes competições esportivas do mundo. Os Jogos Pan-Americanos de 2007, em sua 15.ª edição, mobilizarão o Rio de Janeiro de 13 a 29 de julho. Algumas estimativas mostram a grandiosidade do evento. São aguardados 500 mil turistas na cidade, 5.500 atletas - além de 2.200 oficiais e treinadores - de 42 países, devidamente abrigados na Vila Olímpica construída na Barra da Tijuca. O orçamento de R$ 5 bilhões é outro exemplo da dimensão dos Jogos - o valor, atualizado, é 13 vezes maior do que foi planejado inicialmente. E ainda pode aumentar, com os últimos retoques nas instalações esportivas. Estarão em disputa cerca de mil medalhas, número superior ao da Olimpíada de Atenas, em 2004. Elas serão divididas em 28 modalidades olímpicas e seis não olímpicas, incluindo-se nesta relação pela primeira vez o futsal. O Brasil vai tentar superar a Argentina na classificação geral dos Jogos e deixar para trás os rivais Cuba e Canadá. A corrida pelos ingressos deve ter início neste mês ou em março e promete ser acirrada, notadamente para os jogos de vôlei - o Brasil transformou-se nos últimos anos na maior potência do planeta nesse esporte e, no masculino, vai em busca do único título que ainda falta à geração comandada por Bernardinho. É provável até que o vôlei consiga despertar mais a paixão do torcedor brasileiro do que o futebol, que deverá ser representado pela seleção sub-17, sem, portanto, nenhum nome de grande destaque. Há quatro anos, em São Domingos, o Brasil foi vice-campeão - perdeu a final para seu maior rival, a Argentina. Os desafios para realizar o Pan-Americano ultrapassam fronteiras. Antes mesmo da cerimônia de abertura, prevista para o Maracanã, estará em jogo a capacidade de gestão e de articulação das três esferas de governo (federal, municipal e do Estado) para dar visibilidade ao evento, com a oferta de serviços de qualidade e garantia de segurança aos visitantes. Mas há impasses ainda. Um deles ficou meses em litígio: a briga pela liberação da Marina da Glória para as provas de vela, em que o País é muito forte e conquistou 56 medalhas na história do pan-americano. Ambientalistas e organizadores do evento travam na Justiça uma queda-de-braço contra e a favor das obras no local. O Pan-Americano no Brasil não é novidade. Em 1963, São Paulo foi sede dos Jogos e levou o País à segunda colocação no quadro de medalhas - ficou atrás apenas dos Estados Unidos, líderes em 13 das 15 edições do Pan. Na oportunidade, 450 equipes e/ou atletas receberam premiações, número bem inferior ao dos Jogos do Rio. Desta vez, a festa promete ser mais badalada. A começar pelo interesse, já formalizado, de várias emissoras de TV. Entre as detentoras dos direitos de transmissão, estão Globo, Band e Record. Os canais de TV por assinatura também investiram nos Jogos e vão ser representados por SporTV, ESPN Brasil e Bandsports. Isso significa que as informações sobre o Pan vão circular a todo instante, de modo abrangente, com vasto noticiário diário em torno das competições. As provas e jogos do Pan 2007 serão acompanhados por 3 mil profissionais de mídia, dos quais mil trabalham para veículos de comunicação do Brasil. O número de credenciados de imprensa é o maior em toda a história do evento. Para a montagem dessa estrutura gigantesca, foram selecionados 15 locais concentrados numa faixa de 25 quilômetros - a Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste, reúne a maior parte das instalações esportivas. Outras áreas são facilmente interligadas pelas principais vias expressas da cidade: as Linhas Amarela e Vermelha. As obras, em geral, estão atrasadas. A promessa é de que as mais importantes estejam concluídas somente em abril, como as do Parque Olímpico do Autódromo, do Complexo do Riocentro e do Centro Olímpico de Hipismo, em Deodoro. Esse ritmo contrasta com o dos Jogos de 1963, na capital paulista. A Vila Pan-Americana foi erguida em tempo recorde em área pertencente hoje à Universidade de São Paulo (USP). Estava prevista para ser finalizada em três anos e ficou pronta em 150 dias. A comparação, porém, não inquieta o Comitê Organizador do Pan-Americano, o Co-Rio. Os tempos são outros. Ao contrário do que ocorreu em 2003, em São Domingos, o Brasil terá participantes em todas as modalidades, até mesmo naquelas em que não dispõe de tradição, como softbol, squash, beisebol e hóquei sobre grama. O País terá sua maior delegação em Pan-Americanos, com cerca de 700 atletas. A estrutura dos Jogos vai ser reaproveitada de 12 a 19 de agosto, período de disputa do Parapan-Americano - evento com dez modalidades e 1.300 atletas portadores de algum tipo de deficiência. O Brasil desponta como favorito em competições de atletismo, natação e futebol. ?O esporte hoje é a atividade econômica mais importante do mundo, engloba indústrias de confecções, calçados, turismo, publicidade e fisioterapia, entre tantas outras - todas relacionadas diretamente com o esporte?, declara César Maia, prefeito do Rio. ?Jogos internacionais, quando tratados como um processo permanente e não como um evento, se transformam num multiplicador dessa atividade. Esse é o papel do Pan 2007.?

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