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Rodrigo Pessoa fica mais perto do ouro

Por Agencia Estado
Atualização:

O cavaleiro brasileiro Rodrigo Pessoa ficou bem perto de herdar a medalha de ouro da prova de saltos da Olimpíada de Atenas, disputada no ano passado. Campeão olímpico, o irlandês Cian O?Connor teve seu resultado desqualificado, em julgamento realizado neste domingo, em Zurique, pela Federação Eqüestre Internacional (FEI), por causa do doping do cavalo Waterford Crystal, com o qual ele competiu nos Jogos. Cian O?Connor tem 30 dias para recorrer da decisão na Corte Arbitral do Esporte (CAS), também na Suíça. Mas, depois do julgamento deste domingo, é grande a chance de Rodrigo Pessoa, que tinha ficado com a prata em Atenas, herdar a medalha do cavaleiro irlandês. Se nenhum recurso for apresentado, a FEI pedirá oficialmente ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que entregue o ouro ao brasileiro. A audiência com Cian O?Connor demorou mais de doze horas. Apesar de ter levado diversos advogados e veterinários, ele foi condenado pelos 4 árbitros que o julgaram. Ainda precisará pagar uma multa de 5 mil francos suíços (cerca de R$ 10 mil) e está suspenso das competições por 3 meses. Segundo a FEI, o afastamento de Cian O?Connor por um tempo mais prolongado só não ocorreu porque o Comitê da entidade julgou que ele não atuou com o "objetivo deliberado de afetar o desempenho do cavalo". Ao deixar a audiência, o cavaleiro de apenas 25 anos afirmou estar "desapontado", mas continuou negando que tenha feito algo ilegal. "Estou feliz pelo fato de o Comitê ter aceito que eu não estive envolvido em nenhuma ação deliberada que tivesse como objetivo afetar o desempenho de meu cavalo" disse Cian O´Connor. Caso complicado - O doping de Waterford Crystal tomou proporções inéditas, cercado de mistério e ação policial. Cian O?Connor foi considerado herói na Irlanda ao ganhar o inédito ouro para o País, no dia 28 de agosto de 2004. Seis semanas depois, a FEI anunciou o resultado positivo no teste antidoping do cavalo. O exame de urina acusou a presença das drogas flufenazina e zuclopentixol, tranquilizantes que podem tornar mais fácil a condução do animal. O caso é cercado de fatos bizarros, que parecem indicar uma conspiração para esconder o doping. Após o resultado positivo da amostra A, anunciado em 8 de outubro, a FEI chegou a mandar a amostra B da urina do cavalo para ser examinada na Inglaterra. Mas o material não chegou - foi roubado do motorista da empresa de entregas em 21 de outubro. A FEI usou então a amostra de sangue para fazer novo teste, em Nova York (EUA). A Federação da Irlanda ainda teve sua sede arrombada, quando alguns documentos desapareceram - entre eles, o de um outro doping, do cavalo ABC Landliebe, também de Cian O?Connor, ocorrido em maio de 2004. Mas os quatro árbitros que avaliaram o caso rejeitaram os argumentos do cavaleiro irlandês de que o animal precisava ser tratado e que, portanto, as substâncias foram usadas para esse fim. "O Comitê Executivo da FEI determina que houve uma violação às regulamentações da entidade durante os Jogos de Atenas de 2004 relacionadas à presença das substâncias proibidas flufenazina e zuclopentixol no cavalo Waterford Crystal montado por Cian O´Connor", foi a conclusão final.

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