''Ronaldo é comum, como os outros''

Zagueiros argentinos do Cerro Porteño, rival do Corinthians no torneio, minimizam a missão de parar o Fenômeno

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Por Fábio Hecico e ASSUNÇÃO
Atualização:

Um tem cara de mau e é avesso a entrevistas. O outro é mais simpático, gosta de um bom papo e está sempre animado. Em comum, é que jogam na mesma posição, na defesa do Cerro Porteño, e são argentinos. Sob a desconfiança da torcida, o loiro emburrado Torres e o sorridente Herner terão, amanhã, a missão de parar o ataque corintiano, sobretudo Ronaldo, no duelo pela Taça Libertadores, no Estádio Defensores Del Chaco. Tarefa dura para um time que anda em crise, sofrendo vários gols. Confiança, porém, não falta.Os argentinos do Cerro demonstram não estar preocupados com o Fenômeno, um atacante que, para eles, é "um jogador como todos os outros dentro de campo"". "O Ronaldo sempre foi um craque e temos respeito por tudo o que ele já fez no futebol, mas quando a bola rolar, ele será um jogador comum, como os outros"", afirma Herner, que terá a missão de segurar o camisa 9 corintiano. "Na verdade, o que mais nos preocupa é o bom desempenho do Corinthians.""Apesar de adotar um discurso de menosprezo ao craque corintiano, Herner revela o alerta que o técnico Pedro Troglio deu a seus defensores. "Ele nos disse que o Ronaldo, mesmo sem um nível físico ideal, tem de ser marcado de perto, pois qualquer espaço, seja em apenas um minuto, numa mínima chance, ele domina, gira e faz o gol.""Os zagueiros do Cerro Porteño, no entanto, não deveriam estar tão confiantes. Palavra de quem entende do setor, o ex-zagueiro corintiano Gamarra. "A defesa do Cerro Porteño é fraca e por isso acho que o Corinthians vai ganhar"", diz Gamarra, hoje dirigente do pequeno Rubio Ñu, da Primeira Divisão. Afinal, fala com a certeza de quem entrou para a história como um dos melhores da posição. Com apenas um ponto e na lanterna do Grupo 1, o Cerro sabe que só a vitória o deixa vivo para seguir na Libertadores. Mesmo assim, será cauteloso. No treino de ontem - hoje os trabalhos acontecem com portões fechados - o time usou esquema com três volantes: Nuñez, Bátez e Cáceres, que atuará como terceiro zagueiro quando o time for atacado.Cáceres é outro a desdenhar do poder de finalização de Ronaldo. "Quem mais nos traz preocupação são os jogadores de meio-campo, Elias e o Jorge Henrique, os responsáveis por fazer o Corinthians jogar"", diz.

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