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Rosicléia Campos: 'Poderíamos ter conseguido um resultado melhor'

Ex-atleta e técnica esperava pelo menos mais 2 medalhas, e já faz previsões para 2016

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Por Redação
Atualização:

LONDRES - Uma final olímpica, com direito a medalha de ouro, e uma campanha inédita, superando o desempenho do time masculino. Não poderia ter sido melhor a participação do judô feminino em Londres? Não é assim que pensa a técnica Rosicléia Campos. Elétrica, participante e companheira das atletas, a ex-judoca já tem novos objetivos a serem alcançados. "Quero chegar com uma equipe homogênea e vencedora em 2016, no Rio", disse a treinadora, ao Estado, em Londres.Feliz com o desempenho do time feminino?Muito. Isso é fruto de um trabalho que começou no Pan do Rio, em 2007. As meninas passaram a ter o mesmo tratamento dos homens e os resultados não param de acontecer.Poderia ter sido ainda melhor?Seu desempenho sempre pode ser melhor. Eu sempre quero mais. Acho que poderíamos ter conseguido um resultado melhor com a Érika (Miranda) e com a Rafaela (Silva).E quase deu para a Maria Suellen (perdeu a disputa da medalha de bronze para a chinesa Wen Tong).Nem me fale (disse, rouca). Faltou mais agressividade. Ela começou bem com duas vitórias. Perdeu para a japonesa por um descuido, voltou bem para a repescagem, mas sentiu um pouco o fato de ter pela frente uma rival de tanta experiência (Tong foi bicampeã mundial).Algo de novo foi apresentado na Olimpíada que possa ser estudado pelo Brasil?Acho que não. Nós sempre estamos viajando e conhecemos nossos adversários assim como eles nos conhecem. Fica difícil esconder algo. É lógico que um golpe ou uma tática pode ser colocado na manga, mas nada muito revolucionário.Quais são seus planos para o futuro da equipe?Sou elétrica e não paro um segundo. Já estou pensando em 2016. Quero ter uma equipe homogênea e vencedora para os Jogos do Rio. Com o apoio da torcida, como tivemos no Pan de 2007 e no Mundial, vamos ter uma campanha inesquecível.O que precisa ser melhorado?Tivemos uma estrutura perfeita. Não sentimos falta de absolutamente nada no que diz respeito a treinamento, alimentação, equipamento, transporte, intercâmbio, tudo foi feito. Chegamos tão fortes quanto as outras. Agora, é armar a cabeça das meninas. O psicológico é muito importante. É o diferencial. Já fizemos isso muito bem para Londres. O trabalho será seguido para o Rio.As transmissões de TV focaram muito em você durante a Olimpíada...É sempre assim. Falo, grito, gesticulo. Tudo isso chama muito a atenção. Mas eu não consigo ficar parada quando as meninas estão em ação.Sofreu muito com o fato de não poder falar durante os combates, apenas nos intervalos e nas paradas de luta?Demais. Sofri muito. Existem judocas que não gostam de serem chamadas à atenção durante as lutas, mas as meninas estão acostumadas comigo. Precisei me controlar, porque poderia ser repreendida ou até mesmo expulsa do ginásio. Graças a Deus deu tudo certo.E o que vai fazer agora?Descansar um pouco. Mas não muito tempo.

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