PUBLICIDADE

Publicidade

Rota Austral: balneário de El Condor

Os velejadores brasileiros Beto Pandiani e Gui Von Schmidt, iniciaram no dia primeiro de novembro, uma aventura inédita. Em 5 meses, os dois pretendem percorrer cerca de 7 mil quilômetros pelos mares do sul, a bordo de um catamarã de 21 pés - 6,4 metros, numa expedição que batizaram de Rota Austral. Pandiani e Schimit partiram de Puerto Montt, no Chile e, no dia 7 de abril de 2001, deverão chegar ao Rio de Janeiro. Veja abaixo, o relato dos velejadores, que estão na costa argentina.

Por Agencia Estado
Atualização:

05/03 ? Diversidade geografica marca o litoral atlântico El Condor é o balneário mais próximo de Carmen de Patagones e de Viedma, que se localizam a 10 km. da foz do Rio Negro. Ontem fomos para Carmen de Patagones tentar encontrar algum lugar que tivesse antena SKY para assistir o ?Fantástico? que exibiu o 4° capítulo de expedição, e depois de uma pesquisa descobrimos que dentro de um grande evento que acontecia na praça da cidade havia um stand de SKY e não tivemos dúvidas para assistir ao programa. Como estamos com as datas apertadas todos os dias acordamos às 5:30 da manhã para navegar mais horas e hoje, infelizmente, não havia nada de vento. Tomamos café às 8:30 e por volta das 11 hs. o vento começou a soprar de Sul e rapidamente nos jogamos na água. Combinamos de nos encontrar com o carro de apoio em Monte Hermoso daqui a 2 a 3 dias. A paisagem está mudando bastante e no lugar dos barrancos na costa agora navegamos com dunas e por trás já se vê bastante verde devido ao vale do Rio Negro, área de plantio de maçã, pêra, damasco e pêssego. Fim de tarde depois de muitos jacarés nas ondas, encostamos em uma praia bastante larga de areia bem fininha. As praias de areia são boas para chegar, pois não oferecem riscos para os cascos, mas em compensação o camping é um transtorno com areia em todos os equipamentos, comida, barco e no corpo. Para encerrar a noite ventou forte e a areia penetrou em todos os cantos onde podia. 06/03 ? Ondas bravas sacodem as tripulações da Expedição Rota Austral Com a perspectiva de navegar mais de 70 milhas pulamos do saco de dormir ?temprano? (cedo) e depois do ?desayuno? (café da manhã) nos preparamos, subimos a vela pela metade, já que havia bastante vento e muito mar. Além de tudo, a Bahia de San Blas tem pouca profundidade com muitos bancos de areia dificultando bastante a navegação. O ?La Samba? saiu antes da praia rompendo a arrebentação e dirigindo-se para uma zona de ondas grandes que estouravam a uns 400 metros da praia. O ?Guru? vinha atrás com o Gui e o Felipe saltando as ondas tentando filmar a nossa saída. Depois de várias ondas terem lavado o convés do barco e jogado o ?La Samba? para cima olhei para trás para ver se Gui e Felipe vinham bem e não acreditei no que vi. Gui caiu na água levado por uma onda e foi arrastado pelo cabo de vela grande do barco no qual se segurava tentando subir de volta, mas o vento estava forte e o barco acabou virando no meio de ondas altas. O que se passou foi que uma onda grande estourou no costado do barco no momento em que eles estavam em um buraco de vento formado pela parede da onda, com isto eles ficaram sem velocidade e à mercê das ondas exatamente no momento em que Felipe tentava gravar alguma imagens emocionantes. Voltamos rapidamente para tentar ajudar e felizmente a corrente e o vento afastaram o ?Guru? da zona de perigo e com mais calma começamos a pensar o que faríamos. Gui e Felipe não conseguiam fazer o barco voltar e nem virá-lo de frente para o vento. Pedi a Santiago que pulasse na água perto do barco deles para ajudá-los. A equipe trabalhou duro e por fim o barco voltou para cima, mas as velas estavam presas e o barco tornou a virar para o outro lado, e pior, desta vez com o mastro para baixo. Passei com o ?La Samba? e joguei um cabo amarrado na popa e rapidamente eles amarraram no ?Guru? que foi lentamente rebocando fazendo-o voltar a ficar de lado. Depois de várias tentativas sem sucesso, resolvemos rebocar o ?Guru? para San Blas que estava em frente. Depois de 10 minutos de reboque veio uma rajada e Gui e Felipe conseguiram desvirar o ?Guru?. Todos estavam esgotados e já em terra rebitamos o wing (asa lateral onde se senta) e o trilho do trampolim, lavar todos os equipamentos e roupas. Até agora a câmera de vídeo do ?Guru? que fica dentro de um saco a prova d?água está com problemas devido a água que entrou no saco. Perdemos o dia e a oportunidade de fazer bastante milhas, mas salvamos o ?Guru? sem nenhum dano e vamos tentar de tudo para chegar dia 15 de Março em Buenos Aires a data prevista?.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.