Saída de Daniele abre crise na ginástica

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Por Agencia Estado
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Quando todos achavam que a seleção brasileira de ginástica estava pronta para conseguir grandes resultados na terceira etapa da Copa do Mundo, de sexta a domingo, em São Paulo, uma forte crise abalou a equipe feminina, comandada por Oleg Ostapenko. Daniele Hypólito se desligou do grupo na manhã desta quinta-feira, após demonstrar insatisfação com o treinador ucraniano. No congresso técnico da noite de quarta-feira, Oleg Ostapenko escalou Daniele para apenas uma prova: a trave. Isso acabou frustrando os planos da ginasta, que disputava vagas nos quatro aparelhos (ainda há o solo, as paralelas e o salto). Quando soube que disputaria só a prova de trave, na manhã desta quinta-feira, ela foi tirar satisfações com Oleg Ostapenko. Insatisfeita com a decisão do treinador, Daniele abandonou o treino, foi para o hotel e reuniu-se com a presidente da Confederação Brasileira de Ginástica, Vicélia Florenzano, e a supervisora de seleções, Eliane Martins. Sem conseguir reverter a situação, viajou para o Rio de Janeiro. Procurada pela reportagem da Agência Estado, Daniele evitou comentar o caso. "Não vou falar com ninguém sobre o assunto, não vou abrir exceção alguma. Mas vou (ao Ibirapuera) para ver meu irmão competir. Sinto muito, não quero falar mais nada", disse a ginasta a caminho do aeroporto em São Paulo. Repercussão - A saída de Daniele abalou a equipe brasileira. Diego Hypólito, irmão da ginasta e favorito na prova de solo, não escondeu a mágoa. "A Dani estava treinando muito e ficou chateada quando soube que ia fazer só a trave. Ela tomou uma decisão mais séria e resolveu bater o pé. O que ofende a Dani também me ofende e toda a decisão que ela tomar eu apóio", afirmou. Outra que também falou sobre a crise e a saída de Daniele foi Daiane dos Santos. "O técnico sempre faz o melhor pelo grupo, não tem essa de ser queridinha... Antes de falar alguma coisa é melhor pensar no Brasil, no que é melhor para o grupo", declarou. Para Daiane, Oleg Ostapenko tomou a decisão certa. "Não adianta me manter na prova de solo se tem alguém que já está pronta para fazer a prova. Posso ter vários resultados, mas a escolha do técnico é sempre por quem está melhor no momento", garantiu a ginasta. Sem Daniele, Oleg Ostapenko teve de chamar Ana Paula Rodrigues para o time das titulares - ela disputará justamente a prova da trave. Cada país tem direito a apenas duas atletas por aparelho. Daiane competirá no solo, salto sobre cavalo e paralelas. Camila Comin estará nas paralelas. Laís Souza, que já tem duas medalhas na Copa do Mundo, representará o Brasil no salto sobre cavalo, solo e trave. A competição - São Paulo volta a sediar uma etapa da Copa do Mundo após 27 anos. O Ginásio do Ibirapuera receberá ginastas de 26 países e a disputa será aberta oficialmente às 14 horas desta sexta-feira, com a fase classificatória. As finais serão sábado e domingo, sempre começando às 9h30.

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